quarta-feira, 7 de agosto de 2013


Presidente do Paraguai revela amargura com Brasil

Federico Franco diz entrada da Venezuela no bloco "foi o verdadeiro golpe"

O presidente do Paraguai, Federico Franco, que entregará o poder em 15 de agosto a Horacio Cartes, afirmou nesta terça-feira que seu país foi menosprezado e ofendido por Brasil, Argentina e Uruguai — seus sócios do Mercosul.

— É um rosário de dor e amargura vivido pelo Paraguai com seus vizinhos. Todas as ofensas foram dolorosas — disse Franco em declarações à rádio 780 AM. — Às vezes, os funcionários, do nível de secretário de Estado para baixo, deixavam passar coisas, eram situações lamentáveis (nas reuniões internacionais).

O Mercosul suspendeu o Paraguai após o impeachment "relâmpago" que destituiu o presidente Fernando Lugo e levou Franco ao poder, em 2012, afirmando que a decisão foi um golpe. Mas segundo Franco, "o golpista foi o Mercosul" ao usar a crise no Paraguai para permitir a entrada da Venezuela no bloco.

— Este foi o verdadeiro golpe. Um golpe contra o Paraguai praticado pelos presidentes do Mercosul — argumentou.


Franco estimou que sua decisão de assumir o governo, na condição de vice-presidente de Lugo, em 22 de junho do ano passado, "colocou um freio no bolivarianismo" no país. No dia 15 de agosto "parto em paz, convencido de que fui útil à pátria". A posse de Cartes terá a presença da presidente Dilma Rousseff, do presidente do Chile, Sebastián Piñera, e do mandatário do Peru, Ollanta Humala, entre outros líderes.