
Pão solitário sobre a toalha branca
na orfandade da fome e do desejo,
uma hóstia perdida do Sacrário
sem a missa ritual do cotidiano,
o mesmo pão que foi multiplicado
no sonho bom de não haver mais fome,
a mesma códea leve na sacola
carregando as sandálias na montanha.
Tem a força do trigo e a temperança
do fogo, do calor desse braseiro
que dá ao mundo todo o mesmo cheiro.
Mensageiro de amor e de esperança,
tão longe do olhar de fome ardente
quão perto do olhar indiferente.
(Miguel Reale,

♥Bisous no seu lindo coração♥