domingo, 24 de janeiro de 2016

Deixa eu ver se entendi certo..




Você só me quer quando você quiser?
Preciso que você desenhe porque eu não estou conseguindo entender se é isso, ou eu que não quero entender.
Eu não sei onde errei ao te falar que eu não sou alguém para brincar e descartar – existe alguém assim?
Não sei onde errei ao te dizer todas as bostas que passei e como se transformaram em feridas que demoraram para cicatrizar, fazendo também com que eu demorasse para me permitir conhecer outro alguém.
Então, deixa eu ver se entendi certo: eu sou a desgraçada da pessoa certa na hora errada?
Porque é melhor ser o diabo do que ser uma pessoa certa, só que na hora errada.
Que diferença faz? Que benefício traz?
Entenda, porém, que eu não estou te obrigando a gostar de mim como já deixei claro que gosto de você.
O problema é o seu desdém e as vezes em que você parece se divertir comigo enquanto eu demonstro ficar feliz com você.
Eu não sei em que droga de mundo você nasceu.
Não sei o que te faz pensar que pode ter o direito de dizer o que pensa para alguém como se fosse ouvir só um passivo “Tudo bem”.
Você nunca pensou na minha parte da história.
Agindo desse jeito, você comprova que só ignorou quando te dizia estar empolgado que a gente ia se ver, você comprova que deu de ombros para todos os links de coisas legais que eu te mandei para a gente fazer.
A minha iniciativa só te distraía.
Era como se eu fosse alguém para te ajudar a passar o tempo.
“Quer fazer algo hoje?” me perguntava; e eu “Quero!
Vamos comer alguma coisa?” 
– Já te respondia com uma sugestão.
Penso agora que seria eu a estar no último lugar da lista do seu celular.
Penso agora que era eu a última tentativa para dar um ou outro beijo, já que quem você gostaria não te queria.
Penso agora que, por Deus, eu era a merda da sua última prioridade.
Enquanto eu te colocava a frente de muitas coisas e ia atrás de mil outras para fazermos juntos.
Eu pensei que você gostava disso!
Você nunca teve a obrigação de me corresponder, mas sempre teve a de me posicionar.
Sempre teve a obrigação de me dizer em que fase da vida estava, sempre teve a obrigação de me explicar se comigo era só mais uma das suas “saídas de sexta”.
Sempre teve a obrigação de deixar claro para mim que a nossa noite juntos era só sexo, enquanto para mim era um começo de noite com um filme bom para lembrar e uma companhia boa para acordar.
E o que eu era para você? O que sou?
Só alguém para você ver quando quiser?
Será que é por isso que nas vezes que eu sugeria algo você nunca podia?
Será que é por isso que quando eu convidava:
“Vamos fazer algo sexta?”, você sempre respondia com um “Não sei, até lá te confirmo”?
Você esperava ver como ia ser a sua semana para saber se teria um espaço para eu me encaixar?
Você tentava confirmar outras coisas com outras pessoas para que pudesse dizer que comigo não daria mais?
E eu, você sabe como eu me sentia? Sabe como eu me sinto? Você pensou nisso?
Deixa eu ver se entendi certo: você pensou que eu era só mais uma das outras pessoas que só passaram pela sua vida?
Sendo que para mim você poderia ser a última?
Marcio Rodrigues