quinta-feira, 1 de junho de 2017



01/06/2017 - 03h16min | 
Atualizada em 01/06/2017 - 03h16min
Carolina Bahia

O destino do diretor da PF

Torquato Jardim foge de uma resposta oficial sobre o destino do chefe da Polícia Federal porque sabe que assume sob pressão

O novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, vai aproveitar a viagem ao Rio Grande do Sul, amanhã, para conversar com o diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello. Questionado sobre o destino do gaúcho, ele não descarta a substituição, mas afirma que o delegado está sob observação. 

O ministro foge de uma resposta oficial sobre o destino do chefe da Polícia Federal porque sabe que assume sob pressão. Políticos investigados, inclusive integrantes do governo, querem que o Ministério da Justiça controle a PF. O primeiro a sofrer essa cobrança foi José Eduardo Cardozo, ainda no governo Dilma. Parlamentares petistas o criticavam publicamente por deixar a PF trabalhar. 

De lá para cá o clima só piorou. Daiello está no cargo desde 2011, já comentou com interlocutores que está no período de se aposentar, e não haveria nenhum problema na substituição, se não fosse a campanha dos poderosos contra a Lava-Jato. Em um país em que o presidente da República é investigado por suspeita de corrupção, mudança sem motivo significaria a clara intervenção nas ações. Escolhido por Michel Temer no auge da crise para assumir uma das mais importantes pastas da Esplanada, Torquato Jardim tem o desafio de provar que não chega para abafar a Lava-Jato.

FRONTEIRAS

Torquato Jardim desembarca em Porto Alegre, amanhã, para a posse do novo superintendente da PF no Estado, Ricardo Andrade Saadi. Ele vai fazer um discurso sobre a importância do controle de fronteiras e já começou a estudar o projeto do presídio federal no RS.

SEMPRE ELE

Quem chegou ao lado de Michel Temer para a cerimônia de posse do novo ministro da Justiça foi o ex-senador José Sarney (PMDB-AP). E o lugar de destaque não é à toa. Ele vem participando de todas as articulações a favor de Temer. Em paralelo, Sarney também integra as conversas sobre um nome para o caso de eleição indireta.

"Parece que o computador que opera a distribuição não gosta de mim.

Do ministro Marco Aurélio Mello, nas redes sociais, ao comentar que foi sorteado para ser o relator do caso de Aécio Neves no STF.