sexta-feira, 8 de maio de 2020


08 DE MAIO DE 2020
RBS BRASÍLIA

No colo do STF


Depois de culpar governadores e prefeitos, Jair Bolsonaro resolveu jogar no colo do Supremo Tribunal Federal (STF) a responsabilidade pela crise econômica provocada pelos efeitos da pandemia do coronavírus. Como a Corte decidiu que Estados e municípios têm autonomia para decidir sobre as ações de combate à doença, o presidente da República achou conveniente reforçar a narrativa de que o isolamento social só não é rompido porque o STF amarrou as mãos do Executivo.

O próprio ministro da Saúde, Nelson Teich, no entanto, defende a manutenção das políticas de isolamento e ainda avisou que haverá a recomendação de lockdown para algumas regiões. Quer dizer: cada Estado tem uma realidade e, em nome das vidas, essa dinâmica precisa ser respeitada. Como a evolução da doença é mais rápida do que a reorganização do ministério, algumas regiões já estão adotando medidas mais radicais.

Diante deste cenário, o presidente da Suprema Corte, Dias Toffoli, disse o óbvio: que o presidente deveria liderar um grande acordo envolvendo os entes federados, empresas e chefes de poderes e apresentar um plano de transição. Onde está esse plano? O que Bolsonaro fez foi acrescentar novas áreas aos serviços considerados essenciais.

Governar é a arte de dialogar, construir acordos e colocar em pé projetos que tenham relevância social. Empresários experientes deveriam ficar com o pé atrás: quem terceiriza a solução dos problemas faz isso porque não quer resolvê-los. Enquanto isso, o Brasil chegou ontem a 9.146 óbitos em razão do coronavírus.

Pela tangente


Regina Duarte afirmou à coluna que não conhece Dante Mantovani - demitido da Funarte no mesmo dia da posse dela como secretária da Cultura. Mantovani acusou a atriz de só contratar pessoas de esquerda e afirmou que Bolsonaro deveria demiti-la. Regina não entrou na polêmica e, após ver um vídeo do maestro, achou ele simpático:

- Gostaria de um dia falar com ele pessoalmente, para confirmar a boa impressão que tive. As pessoas, às vezes, mudam, né? É uma esperança que tenho sempre...

CAROLINA BAHIA

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