domingo, 1 de novembro de 2020

Guilherme Fiuza, política, sarcasmo e ironia
Fake Brasil - A epidemia de falsas verdades (240 páginas, R$ 38,00, Avis Rara), do consagrado jornalista e escritor Guilherme Fiuza, que tem mais de 200 mil livros vendidos, apresenta vinte textos recheados de sarcasmo e ironia sobre temas de política nacional, que arrancam gargalhadas por suas críticas contundentes e certeiras. O livro inaugura um novo selo da Editora Faro, voltado para Ciências Sociais.
Fiuza escreveu Meu nome não é Johnny e 3000 dias no bunker (ambos adaptados para o cinema), O Império do Oprimido e Manual do Covarde e trabalha para Jovem Pan, Gazeta do Povo e Revista Oeste. Ele tem canais no YouTube, Twitter e Instagram, mas diz que seu sonho é parar de falar em política, se a política permitir.
Para Fiuza, o tema do momento, ligado ao debate político, é a questão das Fake News. Descobrir o que é verdadeiro ou falso não é uma ciência exata em meio a esse jogo de interesses, opiniões e achismos. Só nos restam duas opções, mergulhar no mar das incertezas e das frustrações, ou usar do bom humor, e rir dessa desgraça, de vez que não existe melhor piada pronta do que a política no Brasil atual.
Fiuza destila humor e crítica sobre mentiras oficiais que andam por aí, comenta decisões do STF, da Câmara e do Senado e fala desta terrível divisão partidária que tomou conta do País. Diz Fiuza: "Se você achava que os hipócritas modernos não tinham mais o que inventar, nossa atualidade mostrou que criatividade é mesmo o forte do brasileiro. E agora uma nova 'categoria' de fiscal da vida alheia surgiu: os 'checadores de fatos', seres iluminados que decidem o que é verdade e o que é mentira nas redes sociais. Em quais leis esses novos juízes se baseiam para julgar todo mundo? Nas leis da militância e do patrulhamento politicamente correto. Os hipócritas inventaram o juiz partidário - e assim chegaram à perfeição".
Os leitores poderão tentar, enfim, ao menos, lendo o livro, tirar suas conclusões de quem é quem nesse estranho baile de máscaras e ver que Cazuza estava certo: não nos convidaram para essa festa armada para nos convencer.

Remi Acordi e a montanha-russa

Quantas vidas uma pessoa vive durante a breve e rápida passagem pela terra? Um homem pode ser destruído, mas não vencido, como disse Hemingway? Vencer na vida é, na verdade, ter a capacidade de cair e levantar? Estas e outras questões vêm à mente depois de ler Trilhas & Trilhos (Editora AGE, 181 páginas), do administrador, empresário e consultor Remi Paulo Acordi, nascido em Bento Gonçalves em 1949.
Na autobiografia que o autor escreveu especialmente para seus netos Lucas, Gabriel e Laura, que atualmente moram com os pais em Miami, Remi conta sobre uma trajetória que iniciou no belo e pequeno distrito de São Valentim e que seguiu por Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, países da Europa e China. Verdadeiro cidadão do mundo e globetrotter, Remi, formado em Administração pela UCS, começou a trabalhar aos 13 anos e, generosamente, relata sobre períodos de grande sucesso, revela momentos de grandes quedas e sobre a serenidade vinda com a maturidade. Sua vida, como a de muitos de nós, é uma montanha-russa e muitas vezes nas quedas ganha-se energia para subir de novo e de novo...
Remi foi auxiliar de serviços gerais, auxiliar de contabilidade, gerente-geral e sócio fundador de empresas e, durante mais de dez anos foi consultor da maior vinícola brasileira da época e presidente de uma das maiores empresas gaúchas da área moveleira. Posteriormente foi sócio de empresas de comércio internacional e seguros.
Casado com a fiel escudeira Magda Franciosi Koff há mais de quatro décadas, da união nasceram dois filhos, Rafael e Eduardo. Rafael faleceu prematuramente devido a um Tumor de Ewing e, por sua vontade e da família, os Acordi passaram a colaborar fortemente com o lnstituto de Câncer Infantil de Porto Alegre. Os Acordi transformaram a dor maior de perder um filho em atos de solidariedade e bondade.
Remi conta no livro sobre sua paixão futebolística de sempre, o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense e de como conviveu com o lendário presidente Fábio Koff, o maior vencedor do títulos do clube. Remi, liderado por Fábio Koff e junto com o não menos lendário presidente Hélio Dourado, criaram o grupo dos Elefantes Azuis e disputaram a célebre eleição de 2012 no Grêmio. Após a vitória e a posse, vieram as negociações sobre o Olímpico e outras questões conhecidas de todos.
Como se vê, a obra de Acordi, muito além de narrar uma vida movimentada e rica em acontecimentos, mostra a gloriosa saga da imigração italiana na serra gaúcha, a importância da família, da religião e dos amigos, etapas da política e da economia no Brasil, negócios que deram muito certo ou muito errado, o amor pela música, pelas viagens e vinhos e pelos esportes e, fundamentalmente, releva um profundo amor pela vida, a "montanha-russa", a "graça triste", com seus sobes e desces intermináveis.
Os netos Lucas, Gabriel e Laura certamente têm muita sorte e ganharam a melhor herança o mapa da mina, do vô que tanto viveu, vive e viverá. 

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