quinta-feira, 24 de outubro de 2024


É preciso repensar a venda de armas

Agora que estão no tabuleiro as principais peças do quebra-cabeça que explica a tragédia ocorrida na noite de terça-feira e madrugada de quarta, em Novo Hamburgo, é preciso parar e pensar sobre a facilidade com que no Brasil uma pessoa pode comprar armas de diferentes calibres declarando-se um CAC (caçador, atirador e colecionador). Edson Crippa, 45 anos, o homem que matou o pai, o irmão e um soldado da Brigada Militar, e deixou outros tantos feridos, era até então um "cidadão de bem".

Passou por um teste psicológico para adquirir as armas usadas no crime que transformou em pesadelo a madrugada e a manhã de quarta-feira. Passou sabe-se lá como, porque era esquizofrênico. E jamais um esquizofrênico poderia ser caçador, colecionador ou atirador. A liberalidade da legislação e a leniência (ou negligência) na avaliação de quem tem equilíbrio mental para comprar armas estão na raiz da tragédia. Por isso, é preciso repensar os critérios para a liberação da compra de armas.

Desde que a tragédia transmitida ao vivo foi chegando ao conhecimento da população, começaram a surgir as falácias como resposta às críticas pela facilidade com que se compra uma arma no Brasil. Três delas:

"Ah, mas se não fosse uma arma legalizada ele poderia ter comprado no contrabando". Poderia, mas não comprou. Passou pelo crivo do Exército e da Polícia Federal. E se quisesse comprar no paralelo, a facilidade seria proporcional ao número de armas disponíveis entre os criminosos que compram ou roubam de quem adquiriu uma arma legal e raspa a numeração.

"Ah, mas se não tivesse armas de fato ele teria matado com uma faca ou um machado". Não, não teria feito todo esse estrago, inclusive matando e ferindo brigadianos que foram chamados para atender o que seria um simples caso de maus-tratos a um casal de idosos, pelo filho.

"Ah, assim vocês vão querer proibir os caminhões de circularem nas estradas porque um perdeu os freios e matou a delegação de remo de Pelotas". Não, senhores e senhoras que adoram rotular de esquerdista ou comunista quem defende maior controle sobre as armas. Caminhões são feitos para transportar mercadorias. Se matam pessoas em um acidente é porque ocorreram falhas, mecânicas ou humanas. Armas só servem para matar, ainda quando usadas em legítima defesa. _

Melo vai ao encontro de eleitores nas esquinas

O fato de todas as pesquisas até aqui divulgadas lhe darem uma vantagem significativa sobre a adversária Maria do Rosário não tira do prefeito Sebastião Melo (MDB) a disposição para se plantar nas esquinas movimentadas da Capital entregando material de campanha.

Ontem, o prefeito foi para a esquina da Avenida Plínio Brasil Milano com a Terceira Perimetral distribuir panfletos e adesivos de sua campanha. Antes, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, anunciou que, se for reeleito, vai montar uma equipe de transição como se tivesse assumindo o cargo pela primeira vez. A ideia é de que esses grupos levantem o que deu certo, o que deu errado e o que precisa ser melhorado em cada área.

Uma das maiores preocupações é com a educação, onde o prefeito reconhece que os resultados foram ruins e precisam melhorar. _

Janja grava mensagem de apoio a Rosário

A quatro dias da eleição, a primeira-dama Janja da Silva encaminhou vídeo de apoio à campanha da deputada Maria do Rosário, uma das duas candidatas do PT que disputam o segundo turno em uma capital.

Na mensagem, criticou o machismo da campanha de Sebastião Melo (MDB) e se disse solidária à candidata. Janja reforçou o apoio e a esperança dela e do presidente Lula na vitória de Maria e no trabalho conjunto que poderá ser realizado por Porto Alegre. _

MEMÓRIA

Neste 23 de outubro, o jurista Paulo Brossard completaria cem anos. Foi um dos grandes nomes da política e das ciências jurídicas no Brasil. Sua figura faz falta no Supremo Tribunal Federal e no Senado.

A coluna se solidariza com a família do policial Éverton Kirsch Júnior, que deixa a esposa e um filhinho de 45 dias. E se solidariza com a família brigadiana, que vê tombar um dos seus em um combate que não deveria ter acontecido.

POLÍTICA E PODER 

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