sexta-feira, 6 de maio de 2022


06 DE MAIO DE 2022
OPINIÃO DA RBS

OS JOVENS E AS URNAS

Foi alentadora a mobilização de jovens entre 16 e 18 anos para tirar o título de eleitor, especialmente nas últimas semanas. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do início de janeiro a quarta-feira, quando se encerrou o prazo para o alistamento, o Brasil ganhou mais de dois milhões de votantes nessa faixa etária. Apenas em abril, foram quase 1 milhão de adolescentes que buscaram assegurar a prerrogativa de ajudar a escolher os próximos deputados federais e estaduais, senadores, governadores e o ocupante da Presidência da República pelos quatro anos seguintes.

Trata-se de um público que, nas eleições anteriores, vinha demonstrando um crescente desinteresse em votar, talvez desencantado pelos maus exemplos vindos da política, pela incivilidade na luta pelo poder e por não se considerar representado pelas opções existentes. Agora, o engajamento mostra uma renovada disposição dos jovens em colaborar com a construção de um país mais democrático, próspero e justo nos próximos anos e décadas. Se o futuro pertence às novas gerações, nada mais adequado do que se aliarem ao esforço para moldá-lo, conforme seus anseios e necessidades.

Ainda segundo o TSE, o número de jovens entre 16 e 18 anos que fizeram o título agora foi 47% superior a igual período de 2018 e 57,4% acima em comparação com 2014, anos das mais recentes eleições gerais. Não há dúvida de que grande parte desse envolvimento é fruto de uma bem pensada campanha da Justiça Eleitoral, que apostou nas redes sociais para levar a mensagem aos adolescentes, com a colaboração de personalidades - não apenas do Brasil, mas inclusive do Exterior - sociedade civil, imprensa e partidos. A conveniência de todo o procedimento poder ser feito de forma digital, por óbvio, foi outro significativo facilitador. O principal mote para sensibilizar os jovens foi o de que, ao se abrir mão de votar, delega-se a outros a tarefa de decidir por si. A Constituição de 1988 deu aos adolescentes entre 16 e 17 anos o direito facultativo de votar. Mesmo quem ainda tem 15 anos, mas completa 16 até o dia 2 de outubro, data do primeiro turno, pôde se alistar.

A Justiça Eleitoral informou ainda que, em um intervalo de 31 dias até a quarta-feira, mais de oito milhões de pessoas fizeram o primeiro título, regularizaram a sua situação ou formalizaram a mudança de local ou município para votação. Foi um recorde. O número também aponta para uma alta motivação dos brasileiros para o pleito que se aproxima. Em vez de apatia, nota-se elevado interesse em cumprir o dever cívico de comparecer às urnas. Mas deve ser felicitada sobretudo a motivação dos jovens, que assim também podem influenciar para que os eleitos trabalhem mais pelas causas em que acreditam, da educação ao meio ambiente. É um sopro de esperança para uma democracia mais vibrante e revigorada, capaz de assegurar mais oportunidades e dias melhores para os brasileiros de todas as idades.

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