segunda-feira, 9 de agosto de 2021

09 DE AGOSTO DE 2021
CHAMOU ATENÇÃO

Grécia e Califórnia em chamas

A Grécia registrou ontem novos focos de incêndio na ilha de Evia, como parte de onda de calor que se iniciou em 3 de agosto e voltou a acionar mais alertas de evacuação. O incêndio é o pior já registrado na região nos últimos 30 anos, resultado de uma elevação nas temperaturas locais, que chegaram a 45ºC nos últimos dias.

O prefeito do município de Istiaia, no norte de Evia, chegou a dar entrevista à rede de televisão local para pedir mais ajuda no combate às queimadas, principalmente com o apoio de aviões e helicópteros.

Na noite de sábado, a guarda costeira grega retirou 83 pessoas das praias do norte de Evia, após a evacuação de mais de 1 mil pessoas na sexta-feira. Ontem, o Corpo de Bombeiros disse que 575 profissionais, 35 equipes de solo e 89 veículos estavam em operação para a contenção das chamas, além de quatro helicópteros e três aviões.

Outros três grandes incêndios também eclodiram ontem na região do Peloponeso, no sul da Grécia e na ilha de Creta, ao sul.

No norte da Califórnia, nos Estados Unidos, o incêndio Dixie cresceu ainda mais e se tornou o segundo maior incêndio florestal na história do Estado, enquanto milhares de pessoas fugiam do avanço das chamas, disseram ontem as autoridades locais. No início da manhã, o fogo havia destruído 187.562 hectares, aumento em relação ao dia anterior, em que 181.187 hectares haviam sido devastados.

O incêndio, que deixou três bombeiros feridos no sábado, permanecia 21% contido ontem, sem mudanças em relação ao dia anterior, informou o site CalFire. As equipes estimam que o fogo, iniciado em 13 de julho, não será extinto antes de 20 de agosto.

Os bombeiros se preparam para as altas temperaturas, que devem ultrapassar os 38ºC no meio da semana.



09 DE AGOSTO DE 2021
OPINIÃO DA RBS

A DECADÊNCIA DOS CORREIOS

Impressiona, mas infelizmente não surpreende, a informação de que os Correios têm quase 10,7 milhões correspondências atrasadas apenas no Rio Grande do Sul. A empresa, que já foi símbolo de eficiência e credibilidade, hoje é motivo de dissabores e queixas recorrentes por parte dos usuários, que reclamam de entregas demoradas ou que nunca chegam. Grande parte do material é de faturas que também podem ser obtidas por meio digital, mas ainda existe um significativo número de pessoas de idade mais avançada, sem afinidades com os serviços virtuais, que enfrentam transtornos quando as contas são recebidas após o vencimento e, ao mesmo tempo, há reclamações semelhantes sobre cartas oficiais, como de órgãos públicos, ou assinaturas de material impresso, como revistas.

Os Correios, agora, estão sendo preparados pelo governo federal para a privatização. Se espera que, mais bem gerida, a companhia volte a ter a confiança conquistada em mais de cinco décadas, com bons préstimos em todos os cantos do país, das grandes metrópoles aos rincões mais remotos. Lamentável apenas que a venda ocorra em um momento de sucateamento, o que tende a desvalorizar o ativo, apesar da reserva de mercado que ainda deve ter, de acordo com o texto do projeto que viabiliza a venda da empresa, aprovado na semana passada pela Câmara e que agora tem de ser analisado pelo Senado.

A decadência dos Correios se deve a sucessivas gestões que descuidaram da administração correta da empresa e, em alguns casos, a usaram ainda para negócios espúrios. A estatal esteve na origem do escândalo do mensalão, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi vítima ainda do grevismo de seus funcionários. Na última década, paralisações foram registradas quase todos os anos, contribuindo para a piora dos serviços e a perda da credibilidade. Lucrativa na maior parte de sua história, amargou prejuízos por quatro exercícios consecutivos até 2016, voltou ao azul no ano seguinte, mas mesmo com os resultados financeiros melhores, a sua administração foi incapaz de restabelecer serviços de qualidade. A explicação de que falta de pessoal não é uma justificativa razoável. Os prometidos mutirões para tentar normalizar as entregas, ao que parece, são quase em vão.

Tamanho declínio levou clientes a buscar serviços privados de entrega. Fatias importantes de mercado foram perdidas. Com o avanço do comércio online, esta é uma demanda que tende a crescer ainda mais nos próximos anos. Ao menos se sustenta que os Correios têm conseguido dar prioridade a este tipo de serviço. A expectativa é a de que, provavelmente a partir de 2022, gerido de maneira profissional, com investimentos necessários para exercer melhor o seu ofício, consiga ganhar eficiência para reconquistar o respeito e a admiração dos brasileiros. Para os usuários, pouco importa se uma empresa é pública ou privada. O essencial é corresponder.

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