terça-feira, 12 de novembro de 2024



12 de Novembro de 2024
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

Direto de Baku - com Vitor Netto

Apelo à cooperação

Às margens do Mar Cáspio, na distante Baku, capital do Azerbaijão, representantes de mais de 190 países começaram, ontem, uma corrida contra o tempo para chegar a um acordo sobre quem pagará a conta da transição para uma economia livre de carbono.

No discurso de abertura da COP29, o responsável da ONU para o Clima, Simon Stiell, declarou: - É tempo de mostrar que a cooperação mundial não está estagnada e que está à altura do momento.

A mensagem foi lida, nas entrelinhas, como um recado ao mundo após a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA. Ele, que volta à Casa Branca, tem um discurso isolacionista e, como já fez no primeiro mandato, deve retirar o país do Acordo de Paris. A vitória lançou uma nuvem de pessimismo em relação a arranjos para conter o aquecimento do planeta.

Stiell foi enfático em dizer: "precisamos fazer uma reforma no sistema financeiro global". Para ele não basta apenas que concordem com uma meta. É preciso trabalhar para colocá-la em prática:

- Se as nações não puderem construir resiliência em suas cadeias de suprimentos, toda a economia global será abalada.

A grande reunião anual do clima ocorre no momento em que o mundo segue em uma trajetória para bater outro recorde de temperatura. O principal desafio será definir o montante da ajuda financeira que será doada pelos países desenvolvidos às nações em desenvolvimento, para que possam lidar com as mudanças climáticas - fazer a transição energética e mitigar os efeitos de fenômenos extremos. _

Entrevista - Valter Correia da Silva - Secretário Extraordinário para a COP30

"Só vamos começar obras que poderão ser concluídas para a COP30"

O Secretário Extraordinário para a COP30 está em Baku, onde já busca detalhes para a organização da próxima conferência no Brasil. Leia a entrevista:

Já é possível perceber o que será fundamental aplicar em Belém?

Tenho participado de 10 a 15 reuniões diárias, tanto com a ONU quanto com os organizadores do evento aqui. Para cada reunião, é uma frente diferente de trabalho que se abre. Te garanto que todas foram fundamentais para uma melhor compreensão de tudo que temos de fazer. Tivemos tanto briefing de logística quanto de segurança. Estamos preparando planos de atuação em todas essas frentes. Tem bastante coisa para fazer e estamos bem encaminhados.

O Brasil está acostumado com grandes eventos, mas obras ficaram inacabadas. Que legado a COP30 vai deixar?

Temos vários legados. Na questão física, temos todo o serviço de drenagem de Belém e arredores que está sendo feito e de saneamento básico, com financiamento do BNDES. O governo do Estado está construindo com o recurso de Itaipu um hotel, que estamos chamando de Cidade COP, com quase 500 apartamentos, que depois vai ficar como legado. Toda a parte de reforma das estruturas turísticas. Essas obras vão ficar e vão mudar a cara da cidade.

Mas muitas obras da Copa não foram concluídas...

Muitas obras que foram pensadas para a Copa do Mundo acabaram não sendo terminadas em tempo hábil. Há algumas que até hoje ainda estão em fase de conclusão. Aqui, nós só estamos começando obras que vão ser terminadas. Essa foi uma condição colocada desde o início pelo governo federal, pelo presidente Lula. Só começamos uma obra se for concluída em tempo hábil. _

INFORME ESPECIAL

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