
ECONOMIA
Dados do PIB mostram atividade em desaceleração
Economia
A pouco menos de uma semana da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), dados divulgados ontem pelo IBGE mostram uma economia brasileira em desaceleração. O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre cresceu 0,1% em relação ao segundo trimestre e atingiu o maior patamar já registrado.
Ao mesmo tempo, o Brasil deixou de ser uma das 10 maiores economias do mundo em termos de PIB, descendo para a 11ª posição, divulgou a agência de classificação de risco Austin Rating.
O resultado de 0,1% reforça a possibilidade de corte da taxa básica de juro no começo do próximo ano. No primeiro trimestre do ano, a alta ante o último trimestre de 2024 foi de 1,5%. Já na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2025, a expansão ficou em 0,3%.
No acumulado de quatro trimestres, o PIB teve expansão de 2,7%. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o instituto, o PIB chega a R$ 3,2 trilhões.
Setores
Na passagem do segundo para o terceiro trimestre, a indústria apresentou o maior crescimento (0,8%), seguida pela agropecuária (0,4%). O desempenho dos serviços, que representam o maior peso no PIB, ficou praticamente estável 0,1%.
Pelo lado das despesas, o consumo das famílias (0,1%) ficou praticamente estável e o consumo do governo avançou 1,3%.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador que mede o aumento da capacidade produtiva de um país por meio de investimentos, subiu 0,9%. As exportações contribuíram com avanço de 3,3% e as importações recuaram 0,3%.
Assim como o PIB atingiu o maior patamar já registrado, a agropecuária, os serviços e o consumo das famílias também alcançaram nível recorde. Por outro lado, a indústria se encontra 3,4% abaixo do nível mais alto, atingido no terceiro trimestre de 2013.
De acordo com Claudia Dionísio, gerente de Contas Nacionais no IBGE, um dos principais fatores que levam à desaceleração da economia é a política monetária restritiva, ou seja, o patamar alto dos juros. Entre as atividades mais afetadas, ela cita a indústria de transformação (segmento que transforma matéria-prima em produto final ou intermediário), investimentos e o consumo das famílias, "que tem relação com o crédito", justifica.
No entanto, a pesquisadora aponta que fatores como mercado de trabalho aquecido, aumento da renda dos trabalhadores e da massa salarial e programas assistenciais de transferência de renda aceleram a economia, de certa forma "mitigam um pouco os efeitos contracionistas". O Brasil tem registrado nos últimos trimestres os menores índices de desemprego já apurados.
Já a pesquisadora Rebeca Palis, do IBGE, aponta que a alta das exportações mostra que o tarifaço norte-americano, iniciado em agosto, teve impacto localizado. No caso da soja, por exemplo, parte das vendas foi direcionada para a China, acrescenta Claudia Dionísio. _
Variação do PIB no terceiro trimestre ante o segundo trimestre
Pela produção
Indústria 0,8%
Agropecuária 0,4%
Serviços 0,1%
Pela demanda
Consumo das famílias 0,1%
Consumo do governo 1,3%
Formação bruta de capital fixo 0,9%
Exportações 3,3%
Importações 0,3%
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