terça-feira, 23 de novembro de 2021


23 DE NOVEMBRO DE 2021
+ ECONOMIA

As cidades gaúchas mais competitivas

Na segunda edição do Ranking de Competitividade dos Municípios, Porto Alegre ganhou duas posições entre os 10 primeiros e Santa Cruz do Sul teve o maior avanço no Estado, subindo 19 posições, para a 135ª, no ranking geral. Em sentido inverso, 16 cidades gaúchas caíram em relação à edição de 2020. A maior queda foi a de Cachoeira do Sul, que recuou 70 posições, para o 287º lugar no ranking geral do país. Houve perda de 116 posições em telecomunicações e 114 em acesso de banda larga de alta velocidade, ou seja, a cidade enfrenta problema de conectividade. O objetivo do levantamento do Centro de Liderança Pública (CLP) é mostrar como a competição no setor público ajuda entregar serviços de mais qualidade à população.

Conforme Lucas Cepeda, coordenador de competitividade do CLP, o principal motivo do avanço de Porto Alegre no ranking feito com base em indicadores de 2020 foi o ganho de 102 colocações em taxa bruta de matrículas no Ensino Médio técnico. É surpreendente em ano de escolas fechadas, mas Cepeda explica que o dado inclui ensino a distância (EAD). Contribuíram o ganho de 54 posições em acesso à saúde e 53 em qualidade de saúde. Em Santa Cruz, a subida de 33 degraus se deve à melhora em inovação e dinamismo econômico, o item que mais influencia o ranking. Posição das cidades NO RS

8 - Porto Alegre

30 - Lajeado

34 - Caxias do Sul

64 - Ijuí

92 - Erechim

98 - Santa Maria

116 - Bento Gonçalves

129 - Novo Hamburgo

135 - Santa Cruz do Sul

142 - São Leopoldo

156 - Passo Fundo

162 - Pelotas

167 - Canoas

201 - Gravataí

218 - Sapiranga

238 - Cachoeirinha

242 - Esteio

251 - Rio Grande

253 - Sapucaia do Sul

270 - Bagé

280 - Guaíba

287 - Cachoeira do Sul

299 - Alvorada

337 - Viamão

350 - Uruguaiana

AS 10 PRIMEIRAS NO BRASIL

1 - Barueri (SP)

2 - São Caetano do Sul (SP)

3 - Florianópolis (SC)

4 - São Paulo (SP)

5 - Vitória (ES)

6 - Curitiba (PR)

7 - Santana de Parnaíba (SP)

8 - Porto Alegre (RS)

9 - Campinas (SP)

10 - Jaraguá do Sul (SC)

Ontem, quando passou a valer a alta média de 14,62% nas contas de luz na área de concessão da CEEE Equatorial (antes CEEE-D), o conselho de consumidores da empresa publicou carta aberta contestando os critérios de reajuste em que manifesta "posição contrária à vigência do aumento nos percentuais propostos". O aumento foi resultado de revisão tarifária feita a cada cinco anos aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no dia 16.

Assinada por Thômaz Nunnekamp, presidente do conselho, a carta aberta informa os demais clientes que os conselheiros não têm como avaliar se o reajuste já em vigor está correto ou não. O motivo é a falta de contratação de uma consultoria para apoiar o conselho na avaliação técnica do cálculo do reajuste.

Segundo Nunnenkamp, sem esse apoio, não há condições de avaliar se o aumento está correto ou não porque o cálculo é muito complexo. O percentual ao qual os conselheiros tiveram acesso, antes da aprovação final da Aneel, era de 9,52%, debatido em audiência pública. Em dúvida sobre esse reajuste, o órgão solicitou a contratação de consultoria à CEEE Equatorial, que arcaria com os custos.

Ainda conforme o relato, a empresa não teria conseguido realizar a contratação por "razões administrativas internas", fruto de uma resposta informal. Diante disso, o conselho pediu à Aneel, ainda em 29 de setembro, que adiasse a decisão sobre a revisão tarifária da CEEE Equatorial, mas sequer recebeu resposta. O objetivo da carta, segundo Nonnenkamp, é reverter a decisão da Aneel ou, ao menos, "entregar à população uma explicação sobre esse aumento":

- Uma das possibilidades é abrir processo administrativo na Aneel expondo essa questão. Mas, antes disso, vamos exigir a contratação da consultoria, porque é um direito, o conselho tem verba para isso. Só que agora não é mais um trabalho pontual, mas de acompanhamento, por ao menos 12 meses.

O presidente do conselho, que representa o segmento industrial dos clientes da CEEE Equatorial, diz que está no órgão há três anos e, nesse período, não houve contratação de consultoria porque, como empresa pública, havia necessidade de licitação. Com a privatização, havia expectativa de que o processo pudesse ser mais ágil.

A área de distribuição da CEEE foi vendida em março deste ano para a Equatorial Energia, que assumiu passivo de R$ 4 bilhões e pagou apenas R$ 100 mil no leilão da companhia. A empresa afirma que a privatização não está relacionada ao percentual mais alto de reajuste.

MARTA SFREDO

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