segunda-feira, 30 de setembro de 2024


30 de Setembro de 2024
EM FOCO

EM FOCO

O coronel Silvio Luis Gonçalves Bittencourt, diretor do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação (DTIC) da BM, explica que a implementação será gradual. Os primeiros PMs a usar as câmeras são do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), responsável pela região central de Porto Alegre, por onde circulam 400 mil pessoas por dia. Para Bittencourt, a tecnologia representa segurança para o cidadão e para os policiais:

- Hoje, todas as ocorrências de repercussão têm imagem. Só que nenhuma delas é do policial. E todas elas são trechos de imagens que incriminam o policial. As câmeras serão mais uma ferramenta para o policial se defender. O comandante do 9°BPM, tenente-coronel Fábio Schmitt ressalta que as imagens gravadas terão status de prova.

- Não há nenhum ato que um agente público faça que não possa ser demonstrado. As câmeras vão colaborar muito na obtenção de provas. Vão ajudar muito nas formas de tratamento tanto da comunidade com o PM quanto do PM com a comunidade - diz Schmitt.

Distribuição

Os brigadianos já passaram por capacitações para tanto. Mesmo com o início do uso a partir de hoje, a fase de testes segue até o primeiro semestre de 2025. _

Como funciona

Quando o policial inicia o uso da câmera

Ao começar o turno, o policial irá até a quartelaria, onde retira os equipamentos de trabalho, e junto vai retirar a sua câmera. Os dispositivos ficam armazenados nas "docas", as bases de carregamento. O PM não precisa iniciar a gravação: ela começa imediatamente após a retirada da câmera da base de carregamento e só é interrompida quando volta a ser conectada para recarregar.

Quando o PM poderá retirá-la

O tenente-coronel Bittencourt explica que os policiais devem permanecer usando o equipamento durante todo o turno de 12 horas. A câmera poderá ser retirada quando o PM for ao banheiro, quando for se alimentar ou quando precisar participar de alguma reunião interna. Os dispositivos nunca são desligados.

Modos de gravação

São dois modos: gravação de rotina e intencional (para eventos ou ocorrências).

A de rotina é registrada em baixa resolução (480p) e sem áudio. Já quando começar uma ocorrência o PM acionará um botão para gravação em alta resolução (720p) e com áudio. Este recurso também pode ser acionado à distância.

As gravações no modo intencional ficam armazenadas na nuvem por um ano. Já as imagens de rotina ficarão disponíveis por 90 dias. Em tempo real

As imagens podem ser acessadas remotamente pela central de comando e controle, com acompanhamento em tempo real. O sistema conta com georreferenciamento e registro de horário, e mais de uma câmera pode ser comparada simultaneamente para análise.

Segundo a BM, apenas dois órgãos terão acesso aos vídeos: a Corregedoria, que fornecerá imagens em caso de solicitações judiciais, e a Comunicação Social, que disponibilizará imagens de ações da corporação.

Qualidade

A câmera conta com tecnologia de estabilização que reduz o impacto de movimentos bruscos, garantindo que as gravações permaneçam claras mesmo em situações de alta intensidade. O sistema de áudio também permite a gravação em alta qualidade.

A proposta é que a sensibilidade à luz e a visibilidade da câmera se assemelhem a do olho humano, razão pela qual o dispositivo não tem visão noturna e infravermelho.

Pareamento

Após atender a ocorrência, o policial pode nomear o registro em vídeo captado pela câmera usando um celular. Isso é feito por meio de um pareamento. - É colocado um nome, com o número do boletim de ocorrência, pelo telefone. Mas esse pareamento pode ser feito somente por um celular que esteja cadastrado dentro do servidor, não por qualquer aparelho - explica o chefe da Divisão de Gerenciamento da Informação (DGI) da BM, capitão Michael Kaczanoski.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), não há previsão para o início das operações na Polícia Civil neste primeiro lote. Segundo a BM, também não há previsão, até o momento, de ampliação para outras cidades.

Três empresas tiveram as ofertas rejeitadas pelo governo do Estado antes da Advanta. A última negada foi a Motorola que, conforme o teste comandando pela Brigada, ofereceu equipamentos que não atendiam aos requisitos exigidos pela corporação. A atual licitação foi aberta em maio de 2023. Antes, outra disputa já havia sido realizada no final de março, mas, à época, as três primeiras colocadas não atenderam a todas as exigências do edital.

Guarda Municipal

Jean Peixoto

Nenhum comentário:

Postar um comentário