quinta-feira, 4 de agosto de 2022


UMA CASA DE ACALENTO

O Instituto do Câncer Infantil (ICI), na Capital, tem três décadas de meritória atuação na luta pela cura de crianças e adolescentes. Seus serviços têm elevado reconhecimento da sociedade gaúcha, que desde a primeira hora colaborou para o seu surgimento e, depois, para a sua manutenção. Ao longo dos anos, as probabilidades de vencer a doença se elevaram por diversas razões, como maior conhecimento científico, avanço nos tratamentos e especialização em hospitais. Mas, infelizmente, ainda há uma parcela de pacientes, em torno de 25%, cujas possibilidades de recuperação se esgotam após todo o possível ter sido tentado.

Conhecedora dessa realidade, que também requer acompanhamento adequado e acalento, a instituição começou em 2020 a construção da Casa ICI, voltada a cuidados paliativos para as crianças e adolescentes e amparo aos familiares. O projeto está agora sendo entregue e, pela nobre assistência que vai oferecer, também merece o apoio da comunidade para que possa assegurar um atendimento multidisciplinar apropriado para o momento difícil que é a preparação da despedida. Cidadãos, empresas e outros parceiros recorrentes do Instituto do Câncer Infantil certamente se sensibilizarão com esse empreendimento e irão colaborar com o seu custeio necessário. Informações podem ser obtidas no endereço eletrônico ici.ong.

A Casa ICI, no bairro Santana, em Porto Alegre, vai receber pacientes oncológicos infantojuvenis de todo o Estado, e mesmo de fora do Rio Grande do Sul. Note-se que, apesar da importância do serviço que vai prestar, é apenas a segunda estrutura do gênero na América Latina, pensada para aliviar dores físicas e psicológicas, melhorando a qualidade de vida no tempo restante e proporcionando acolhimento aos acompanhantes. Pelos ambientes e decoração, é um local capaz de oferecer mais conforto e aconchego do que um hospital e, especialmente para pacientes de famílias necessitadas, uma estrutura de cuidados impossível de ser mantida em suas residências.

A solidariedade, o voluntariado e a benemerência são características da sociedade gaúcha. A mobilização durante os dias mais duros da pandemia, com doações, coleta e distribuição de alimentos e refeições para pessoas carentes, é um exemplo dessa marca. As campanhas do agasalho anuais são outra amostra. Mais recentemente, um esforço institucional contra a fome lançado pela Assembleia motivou mais uma vez para o combate à insegurança alimentar no Estado. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, na segunda-feira, apresentou iniciativa para estimular as comarcas a se tornarem pontos de recebimento de mantimentos para posterior repasse a famílias em situação social vulnerável.

Em cada cidade do Estado há uma entidade, pode ser um asilo ou uma creche, que precisa de contribuições para melhor atender o seu público. Estão todas, certamente, à espera de ajuda de quem tem um pouco a mais.

  

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