quarta-feira, 24 de agosto de 2022


23 DE AGOSTO DE 2022
CAPA

O "lado B" de Luiz Carlos Borges

Músico realiza hoje sessão extra do show que lotou o Teatro Renascença em julho, após três anos afastado do público

Em 2019, Luiz Carlos Borges esteve entre a vida e a morte. O cantor nativista sofreu um grave aneurisma na aorta, o que ocasionou uma internação de 85 dias no hospital, 70 destes na UTI. Naquele ano, ficou quase totalmente afastado de suas atividades musicais. O retorno aos palcos ocorreria em março de 2020, mês de seu aniversário. Estava tudo pronto, mas veio a pandemia, que impossibilitou que a apresentação ocorresse.

Foram mais de dois anos aguardando para poder voltar ao seu lugar preferido: o palco, em contato com o público. Neste período, ele decidiu revisitar o chamado "lado B" de sua obra, canções que há tempos não encontravam a boca e o acordeom do intérprete. Com esta viagem musical ao passado, o artista começou a preparar um novo show, que marcaria a sua volta.

Com apoio de fãs e amigos, o espetáculo surgiu a partir de um financiamento coletivo. A apresentação recebeu o título de O que o Coração me Exige, que fala da situação pessoal do artista. Além disso, leva o mesmo nome de uma música antiga sua, feita em parceria com Sérgio Jacaré, destacando que o concerto traz canções não necessariamente tão famosas, mas que se aprofundam ainda mais na hora de mostrar a alma do artista.

- Em um disco, tu achas duas ou três músicas que são cavalos de batalha. Às vezes, uma só. E o resto são as chamadas "lado B". Tem as canções que as rádios nem dão bola. Por quê? Porque não estão na boca do povo. Mas, muitas vezes, neste "lado B" estão grandes canções - destaca Borges.

Com estas faixas não tão famosas, o nativista lotou o Teatro Renascença em 5 de julho, em seu retorno aos palcos, após três anos de espera, e depois saiu pelo Estado para uma bem-sucedida maratona de shows. Hoje, a partir das 20h, o Renascença recebe novamente o artista, para um show extra, já que o primeiro lotou

- Esses três anos de espera me deram um misto de tristeza e ansiedade, como se faltasse alguma coisa. A gente vive dessa comunicação com o público, vive do abraço, do olhar das pessoas, daquele aplauso ao terminar uma canção. E estou há 60 anos fazendo isso. São 60 anos na estrada - enfatiza.

Intimista

O repertório de O que o Coração me Exige conta com canções intimistas, muitas delas vencedoras de festivais nativistas e que possuem um significado especial. São composições em parceria com Silva Rillo, Sérgio Jacaré, Zanata, Vinícius Brum, Mauro Ferreira, João Sampaio, Ubirajara Raffo Constant e Beto Bollo.

No palco, Borges estará novamente acompanhado pelos amigos e músicos Jonatan Dalmonte (bandoneón e acordeom), Leandro Rodrigues (violão de cordas de aço e acordeom), Neuro Júnior (violão 7 cordas) e Yuri Menezes (violão 6 cordas). O autor de Florêncio Guerra destaca que o quarteto foi essencial para seu retorno aos palcos, pois se viu quase "destreinado" depois de tanto tempo parado.

Borges também prepara as comemorações de seus 70 anos de vida - em março de 2023. Será um evento grandioso, com vários dias de festa e música.

- Passei, basicamente a minha vida inteira em cima do palco. A música é a minha gasolina, o meu combustível - finaliza.

 CARLOS REDEL

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