sexta-feira, 14 de janeiro de 2022


14 DE JANEIRO DE 2022
OPINIÃO DA RBS

PRESENÇA E COMPROMETIMENTO

Pelo menos a estiagem de desatenção fica atenuada com a passagem da ministra da Agricultura pelo Rio Grande do Sul no momento em que mais de 230 municípios pedem socorro ao governo federal para enfrentar os prejuízos causados pela falta de chuva. Resta esperar, agora, que a presença de Tereza Cristina e dos técnicos do seu ministério na região mais afetada pela seca tenha as devidas consequências práticas, com o atendimento rápido das demandas emergenciais e estruturais apresentadas pelos produtores rurais gaúchos e pelas autoridades do Estado.

Liderança sintonizada com o setor que comanda, a ministra da Agricultura fez questão de dizer que não veio fazer demagogia nem trazer falsas esperanças. Veio ouvir e trouxe na sua comitiva representantes de instituições que efetivamente podem contribuir para salvar a lavoura: Banco do Brasil, Banco Central, Embrapa e Conab, entre outras. Todas ficaram comprometidas com a busca de soluções para os problemas constatados.

Entre as reivindicações prioritárias apresentadas pelos produtores estão a suspensão por 180 dias do pagamento de financiamentos federais, a abertura de crédito emergencial e a concessão de novos empréstimos para a manutenção de propriedades, compensando a perda de renda causada pela quebra de safra. Tais pleitos demonstram claramente que ninguém espera soluções mágicas nem qualquer milagre do governo federal num momento de tantas dificuldades econômicas e sociais, inclusive com outros Estados da federação enfrentando catástrofes climáticas.

Embora a questão mais urgente seja o socorro financeiro, também entrou na pauta o tema da irrigação como alternativa mais duradoura de prevenção aos danos causados por estiagens recorrentes. O avanço desse recurso depende muito de ações no âmbito estadual, principalmente da remoção de entraves ambientais e legais que impedem a construção de açudes e o uso de reservas naturais de água situadas em áreas de preservação permanente.

Cabe reconhecer que a administração estadual - presente na comitiva ministerial com o vice-governador Ranolfo Vieira Jr. e a secretária Silvana Covatti, além de parlamentares - está agindo com presteza no reconhecimento da situação de emergência dos municípios mais atingidos pela estiagem. A medida proporciona anistia e subsídios em programas que garantem sementes aos produtores. Mas ainda estão represados pela burocracia os recursos prometidos para a perfuração de poços, instalação de reservatórios de água e construção de açudes, ações que integram o programa Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural, lançado em dezembro do ano passado.

A gravidade do momento exige muito mais do que a atenção dispensada pela ministra. Requer ações urgentes e consequentes de todos os governantes e líderes deste setor essencial para o país - primeiro para salvar vidas humanas e de animais que estão sem água até para o consumo; concomitantemente, para evitar a evasão do campo de trabalhadores e empreendedores responsáveis pela produção do alimento que vai para a mesa dos brasileiros.

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