terça-feira, 28 de setembro de 2021


28 DE SETEMBRO DE 2021
COMBUSTÍVEIS

Petrobras indica reajuste à frente

A Petrobras admite que os seus preços estão defasados em comparação com o mercado internacional. Por isso, a empresa avalia reajustar os valores dos seus derivados de petróleo, informou o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna. Ele não detalhou, no entanto, de quanto é a defasagem e a qual produto se referia.

- O patamar elevado do brent (petróleo negociado na Europa) nos indica necessidade de fazer algum movimento (de preço) - disse o general, em coletiva de imprensa. - A gente está olhando com carinho a possibilidade de reajuste de preço dos combustíveis. Pontualmente, os preços de alguns derivados estão defasados - acrescentou o diretor de Comercialização e Logística, Claudio Mastella.

Cerca de cinco horas antes da entrevista dos integrantes da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro havia dito que discutia maneiras de diminuir o preço dos combustíveis. Pela manhã, Bolsonaro se encontrou com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para tratar do assunto e ver "o que podemos fazer para melhorar, diminuir o preço na ponta da linha". E, em evento no Palácio do Planalto, durante discurso, comentou:

- Alguém acha que eu não queria a gasolina a R$ 4? Ou menos? O dólar R$ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte. É uma realidade. E tem um ditado que diz: ?Nada não está tão ruim que não possa piorar?. Não queremos isso.

Botijão

Já o presidente da estatal reiterou a manutenção da atual política de preços de combustíveis da estatal. E por meio de um vídeo, a companhia enfatizou que "tudo o que excede R$ 2 (no preço de gasolina) não é responsabilidade da Petrobras". Durante a entrevista, Silva e Luna disse que a empresa é responsável por produção e refino do combustíveis. Depois disso, "ela não se manifesta mais". E reforçou que, sobre aumento de preços, "está com o governo, Ministério de Minas e Energia, (Ministério da) Economia e com a Casa Civil".

Segundo Mastella, não é possível prever se o preço do litro da gasolina vai permanecer acima dos R$ 7, como acontece em alguns mercados, atualmente. Isso porque os valores cobrados pela empresa seguem as variações do mercado internacional e do câmbio, disse:

- O que existe de estrutural hoje e acontece todos os anos é o crescimento sazonal do óleo diesel no hemisfério norte e isso faz com que o preço da commodity suba.

No ano, a gasolina na refinaria já subiu cerca de 51% e o diesel avançou em torno de 40%.

Silva e Luna afirmou ainda que não cabe à Petrobras subsidiar o preço do GLP, o gás de cozinha, e que esse seria "tema de governo", embora a empresa participe do debate sobre possíveis soluções para o problema. O botijão de 13 quilos, largamente consumido pela população de baixa renda, chega a custar mais de R$ 100 em algumas cidades.

De acordo com Luna e Silva, a contribuição social e econômica da empresa vem de seus programas internos, da geração de emprego e da distribuição de royalties e dividendos. Ele argumentou ainda que a Petrobras é uma empresa de economia mista - apesar do controle estatal, possui ações em bolsa.

Já em evento em Brasília, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o plano de 10 anos do governo federal é continuar com as privatizações, e que Petrobras e Banco do Brasil estão nessa fila:

- Tudo mundo entrando na fila, sendo vendido e isso sendo transformado em dividendos sociais - comentou, ao defender as privatizações das estatais.

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