segunda-feira, 19 de novembro de 2018


19 DE NOVEMBRO DE 2018

CULTURA

Os mais vendidos na Feira do Livro - 64ª EDIÇÃO despediu-se da cidade ontem


Uns foram certeiros na compra: saíram de casa com o nome do livro na cabeça. Outros preferiram circular pelas bancas da Feira do Livro de Porto Alegre, pegar um dos vários títulos nas mãos, folhear algumas páginas e repetir o rito até encontrar algo que lhes agradasse. Independentemente da situação, o evento terminou ontem com os livreiros em condições de apontar prováveis mais vendidos na Praça da Alfândega.

De acordo com o que comentaram a ZH os livreiros no último dia da Feira, três livros aparecem como os mais citados, em um levantamento informal. Na dianteira, está Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, de Yuval Noah Harari. Na sequência, o cômico A Sutil Arte de Ligar o F*da-se, de Mark Manson, e a biografia da modelo gaúcha Gisele Bündchen, Aprendizados: Minha Caminhada para uma Vida com Mais Significado.

Neta do fundador da Livraria Aurora, Gabriela Luizelli observa que este foi um ano em que os frequentadores da Praça também procuraram bastante títulos ligados a economia e política (um exemplo: Como as Democracias Morrem, de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, outro que sumiu das bancas). Para ela, a situação é reflexo do cenário pós-eleições.

Já o proprietário da livraria Rogil, Fabio Luiz Kohen, percebeu uma procura maior de adolescentes por livros. Muitos buscavam títulos recentes lançados por youtubers. Ele diz:

- A gente até pensa que a gurizada não está mais interessada por livros, que só quer ficar no celular e em videogames. Mas se surpreende quando a situação é justamente a inversa.

A estudante Eduarda Garcia, 15 anos, é exemplo disso. Poucos minutos após chegar à Feira, já tinha escolhido cinco livros.

- E olha que estou recém começando. Esta é a segunda banca - conta a garota, que ainda não decidiu qual carreira vai seguir: escritora ou veterinária.

Na edição de 2017, Eduarda levou 30 livros para casa acompanhada da mãe, a administradora de empresas Alessandra Garcia, 45. Para a escolha, leva em conta títulos de romance e preço.

- Venho para a Feira desde os 10 anos. Para mim, ler é um hábito que vem da família. Minha mãe lia para mim quando eu era pequena - diz Eduarda.

MOVIMENTO FRACO NO ÚLTIMO DIA

No último dia da Feira do Livro, o movimento foi considerado abaixo do normal, provocado pelo tempo instável, com registro de chuva em determinados períodos da tarde. Praticamente não se via empurra-empurra dos clientes e era possível caminhar tranquilamente pelos corredores. Algumas livrarias aproveitaram para fazer balancetes.

- Tivemos um aumento nas vendas em 20% - estima Kohen.

Na L&PM Pocket, também foi registrado crescimento, mas o índice não foi divulgado.

- Apesar de o hábito de leitura estar diminuindo, houve um aumento pelos lançamentos que trouxemos - afirma uma das funcionárias do departamento comercial, Yasmin Suppi.

hygino.vasconcellos@zerohora.com.br- HYGINO VASCONCELLOS

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