sexta-feira, 16 de dezembro de 2022


14 DE DEZEMBRO DE 2022
CARPINEJAR

Capital Federal em chamas

Brasília anoiteceu em brasa na segunda-feira, incendiada por uma militância política difusa e ainda incógnita. De forma semelhante aos atentados de organizações terroristas, houve depredação do patrimônio público e tentativa de invasão à sede da Polícia Federal na capital do país.

Mas há uma diferença básica entre as operações armadas conhecidas internacionalmente e a que presenciamos em nosso território. Esta, de natureza vil e covarde, dificilmente será assumida por alguma causa ou liderança, pelo medo do confinamento e da represália.

Tudo teria sido deflagrado após determinação do ministro Alexandre de Moraes pela prisão temporária do pastor evangélico e líder indígena José Acácio Serere Xavante, 42 anos, conhecido como Cacique Serere.

O líder indígena se destacou pelo ativismo contra a vitória do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), incitando a população a não deixá-lo tomar posse, além de encabeçar ataques e difundir fake news contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Curiosamente, o protesto incendiário ocorreu no dia da diplomação pelo TSE da dobradinha Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin. Só que, na horda de baderneiros nas ruas, não se viram indígenas revoltados nem representantes de aldeias. Aliás, o Cacique Serere não é sequer bem-visto pelos seus colegas. O escritor Daniel Munduruku diz que suas manifestações antidemocráticas o colocam num nível anti-indígena.

Eram centenas de pessoas que vestiam o verde e amarelo, indumentária característica dos apoiadores de Jair Bolsonaro, arrancavam placas, queimavam carros e ônibus, armando cordões de isolamento e barricadas para jogar pedras na milícia de defesa.

Como o movimento oposicionista é pacífico, marcado por passeatas com milhares de famílias nos centros das capitais brasileiras, é de se esperar que ele rechace a deliberada agressão à ordem e ao progresso. É de se esperar que não aceite a anarquia generalizada, a instauração de uma Venezuela da quebradeira. Que tenha uma posição firme contra terroristas infiltrados que não respeitam a lei, a Constituição e o patrimônio público. Que procure nomear um por um os arruaceiros para que não sejam vistos como parte legítima do movimento bolsonarista ou sectários de seus partidos de coalizão.

É o momento de separar o joio do trigo, os bandidos dos protestos, despir os manifestantes da bandeira brasileira, já que todo discurso do atual presidente sempre foi de obediência à normalidade dos costumes, à Igreja e ao Estado.

Não faz sentido nenhum realizar homenagens e apelos em frente aos quartéis e atacar, ao mesmo tempo, policiais e militares em serviço. A glorificação da violência é um costume desesperado de ditaduras de esquerda.

CARPINEJAR

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