12 DE SETEMBRO DE 2017
RBS BRASÍLIA
JBS e o efeito dominó
Alambança em torno do acordo de delação da JBS é uma ameaça para toda a Operação Lava-Jato. Depois da prisão de Joesley Batista e Ricardo Saud, o próximo capítulo desta novela será o debate em torno da utilização das provas já apresentadas pelos delatores. Os interessados em sepultar as investigações, como aliados do presidente Michel Temer, do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e de Rodrigo Rocha Loures, começarão a argumentar que, se a colaboração for revisada por vício na origem do acordo, as provas não poderão ser consideradas.
A comprovação de que o ex-procurador Marcello Miller fez jogo duplo pode ser um argumento para comprometer todo o processo. Consultado pela coluna, o ex-ministro do STJ Gilson Dipp não acredita que o Supremo Tribunal Federal anule provas inquestionáveis:
- Não se pode negar a existência da mala de dinheiro. Não se pode devolver a mala para o Rocha Loures - argumenta Dipp.
O advogado de Rodrigo Rocha Loures vai pedir a anulação das provas contra o ex-assessor de Temer. O criminalista Cezar Bitencourt afirmou à coluna que a gravação em que Rodrigo aparece correndo com uma mala de dinheiro foi feita sem autorização judicial. Depois de uma temporada preso, Rocha Loures está em casa, usando tornozeleira.
Mais um baque para o Planalto. A PF encontrou indícios de formação de organização criminosa no PMDB da Câmara, envolvendo Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, além de Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima. Os três últimos já estão presos.
Do dono do boteco numa quadra comercial no Lago Sul, em que Janot e o advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini foram flagrados:
- Ele (Janot) vem aqui rotineiramente, é nosso cliente. Importante esclarecer que não é um bar, é uma distribuidora.
Jovens políticos do PP e lideranças do agronegócio, entre elas o ex-ministro Francisco Turra, participam de um almoço para o prefeito João Doria (PSDB-SP), no próximo dia 18, em Porto Alegre. Um dos organizadores do encontro é o deputado Jerônimo Goergen, que não esconde que prefere Doria a Alckmin como candidato à Presidência em 2018.
@Carolina_Bahia