quinta-feira, 14 de setembro de 2017



14 DE SETEMBRO DE 2017
ARTIGOS

O IMPACTO DA ECONOMIA NAS FINANÇAS PESSOAIS

Entre 2014 e 2016, a situação econômica e financeira da população foi marcada por uma das piores crises. Isso obrigou o cidadão a ser resiliente, pois teve que lidar com problemas, adaptar-se a mudanças e resistir à pressão de situações adversas familiares. A partir de 2017, a economia parou de cair e vários indicadores econômicos já apontam sinais de estabilidade e de crescimento.

A pergunta que surge é: qual o impacto da economia nas finanças pessoais do cidadão? As pesquisas empíricas de outros países sugerem que as atitudes dos brasileiros irão mudar significativamente. Um estudo do Public Finance Quaterly, analisou o impacto tanto da crise econômica da Hungria de 2010 quanto a sua recuperação em 2015 nas finanças dos cidadãos. 

Com a crise, os cidadãos tiveram muitos problemas familiares, pois aumentou o desemprego e o endividamento. Já em 2015, com a volta da recuperação econômica, os húngaros experimentaram uma sensação de libertação, deixando os problemas financeiros de lado, tornando-se mais consumistas imediatos, sem pensar mais nas metas de longo prazo. 

A experiência em outros países pode ajudar os brasileiros a não caírem nas armadilhas da recuperação financeira da economia. Daqui para frente as atitudes dos brasileiros deverão ser de mais consumo e mais uso do cartão com esse cenário de taxas de juros mais baixas. Em síntese, o brasileiro está correndo o risco de se desequilibrar financeiramente, mais do que já está.

Para fazer um enfrentamento a essa situação, a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef) tem mapeado inúmeras atividades nessa área no Brasil. Uma delas, aqui no RS, acontecerá no mês de outubro deste ano, quando abrirão as inscrições para o 5º Concurso de Educação Financeira para todas as escolas de Ensino Médio e Fundamental, abordando o tema da "poupança". Essa iniciativa do Corecon-RS, com a parceria da Secretaria de Educação do RS e Banrisul, tem como objetivo desenvolver a cultura do planejamento, da poupança e do consumo consciente dos estudantes.

ALFREDO MENEGHETTI NETO Professor da PUCRS e economista da FEE amneto@pucrs.br