19 DE SETEMBRO DE 2017
SEGURANÇA
Marido vira o principal suspeito de assassinato
INVESTIGAÇÃO SOBRE MORTE de professora durante aula de catequese, em Estância Velha, teve reviravolta. Suspeito é procurado pela polícia
A Polícia Civil confirmou ontem que o marido da professora de catequese Elaine Maria Tretto, 51 anos, virou o principal suspeito do crime que chocou a comunidade de Estância Velha, no Vale do Sinos, em 31 de agosto. A investigação, que inicialmente indicava que a motivação do assassinato da professora seria uma vingança, sofreu uma reviravolta após agentes encontrarem indícios e provas que são mantidos sob sigilo.
O delegado Luiz Fernando Nunes da Silva diz que o construtor César Luís Velho, 53 anos, está com mandado de prisão preventiva em aberto desde a quarta- feira passada. Ele não foi localizado nos locais que costumava frequentar nem na casa dele, que fica a 400 metros do local do crime. Segundo o delegado, o rompimento do casamento teria motivado o crime.
- O relacionamento já tinha acabado, e ele estava resistindo. Durante a investigação, se descartou a hipótese de assalto e todos os indícios apontaram para ele - detalha o delegado.
CRIME METICULOSAMENTE PREMEDITADO PELO AUTOR
A polícia ainda não tem certeza se o marido encomendou o crime ou se foi ele o próprio que o executou. De acordo com o delegado, o assassino que invadiu a sala da paróquia do município estava com capacete, o que atrapalha a identificação.
O crime foi cometido de maneira brutal. O criminoso anunciou um assalto e, em seguida, amordaçou a professora, três mulheres e uma criança. Espumas de colchão foram colocadas nas bocas das vítimas para que elas não conseguissem gritar. Em seguida, a professora foi retirada para uma sala ao lado, onde foi estrangulada até a morte. As demais mulheres foram mantidas trancadas para não avisarem a polícia.
- O crime foi meticulosamente premeditado pelo autor. O matador entrou com algema plástica, fitas e espumas, e possuía cópia das chaves da paróquia - afirma o delegado Luiz Fernando.
A morte da professora gerou revolta na comunidade. Inicialmente, desconfiava-se que um projeto que ela integrava de denúncias de moradores sobre criminosos teria motivado o assassinato. Na terra natal dela, Serafina Corrêa, um grupo de pessoas protestou dois dias após o crime pedindo mais segurança.
vitor.rosa@rdgaucha.com.br