terça-feira, 12 de janeiro de 2021


12 DE JANEIRO DE 2021
PREJUÍZOS EM IGREJINHA

Dono de fábrica de móveis dá sua versão 

A investigação da Polícia Civil sobre uma fábrica de móveis em Igrejinha, no Vale do Paranhana, sobre a qual clientes reclamam que fizeram pagamento mas não receberam os produtos, conta com 20 ocorrências registradas. Os boletins foram feitos por vítimas de diversos municípios do Estado, como Porto Alegre, Santa Maria e São Vendelino. Ontem, um dos homens que se apresenta como sócio proprietário da empresa prestou depoimento à Polícia Civil em Igrejinha. Ele é apontado pelas vítimas como um dos principais intermediários na negociação para a venda dos móveis.

Um ponto que esse sócio-proprietário alegou em seu depoimento pode causar reviravolta no caso. Segundo ele, as transações seriam feitas via e-commerce, o que geraria um tipo diferente de estorno para os clientes em caso de não entrega dos móveis. A partir dessa relato, agora a Polícia Civil terá de apurar, vítima por vítima, como foi feito o pagamento da encomenda.

- Ele (o sócio-proprietário) me alega que, uma vez feito pelo e-commerce, tem uma empresa administradora de pagamento que recebe esses valores e libera para ele somente após as entregas. E que, às vezes, atrasa a entrega, a vítima não reclama e ele recebe. Mas, se posteriormente a vítima reclamar com a empresa administradora, ela (a empresa administradora) vai pagar a vítima e buscar a cobrança junto à empresa de móveis. Se isso realmente se confirmar, pode dar uma reviravolta na situação - explica o delegado Ivanir Caliari, titular na delegacia de Igrejinha.

Agora, os policiais terão de apurar como as vítimas fizeram o pagamento e, caso a compra tenha sido feita por e-commerce, se buscou ressarcimento junto a empresa administradora que recebeu o valor. Segundo a versão do sócio-proprietário, em alguns casos, o cliente pode simplesmente solicitar o estorno a essa empresa, que, conforme ele, estaria com o valor retido.

- O fato é, se eu verificar que realmente as vítimas podem ser ressarcidas por essa garantia, essa segurança da empresa administradora de pagamento e recebimento, ela te blinda de ser vítima de estelionato - explica o delegado.

Justificativas

A fábrica, identificada como Shabby Chic, é alvo de investigação da Polícia Civil. A empresa alega problemas com matéria-prima, mão de obra e de comunicação ao justificar a não entrega dos móveis aos clientes. A polícia apura se os responsáveis praticaram estelionato. A continuidade de negociações, mesmo com a não entrega de móveis para clientes que já pagaram, e o grande número de vítimas são elementos levados em conta na apuração. Quatro pessoas são investigadas até o momento.

A polícia ainda não informa o prejuízo estimado dos clientes, mas levantamento de ZH com base em relatos de 16 vítimas aponta montante de R$ 40 mil. Esse valor deve aumentar, pois grupo que reúne consumidores que alegam pendência tem 30 pessoas.

NDERSON AIRES

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