sábado, 16 de outubro de 2021


16 DE OUTUBRO DE 2021
BRUNA LOMBARDI

DE CASO COM A VIDA 

Como é sua relação com a vida? Qual é o principal sentimento que você costuma transmitir, aquele que se manifesta tanto, que acaba se tornando o traço mais marcante da sua personalidade? Sua relação com a vida é um caso de amor? É uma relação doce, serena, pacífica, que faz bem ou é tensa, ansiosa, tóxica, difícil, daquelas que facilmente machuca?

Você consegue perceber o que mais acentuadamente rege a sua postura no mundo?

Consegue destacar uma emoção que te represente porque é a que mais se apresenta em você? Aquela que mais assiduamente puxa o gatilho do seu comportamento? É claro que temos dentro de nós todos os sentimentos, sensações, emoções, somos um misto de tudo, mas um deles acaba se mostrando com mais frequência. E vai ser o mais identificado com você, associado ao seu jeito, mesmo que você não perceba.

Mesmo que a gente não tenha consciência, tem sempre um jeito de estar no mundo que nos define. Da mistura que somos, alguma coisa se repete e se expressa tantas vezes, que acaba sendo a nossa mais perfeita tradução.

Você consegue detectar na maneira como você age, fala e pensa, aquilo que você mais passa para os outros? Pense com calma: suas atitudes em geral nascem de um sentimento negativo ou positivo? O que mais frequentemente motiva as suas ações?

Qual a sensação que habita mais seus pensamentos, que aparece mais nas suas reações, que define melhor a sua postura na vida? Vivemos tempos de ansiedade, medo, cansaço, exaustão. Existe muito sofrimento dentro de fora de nós, coisas que carregamos, pesos que poderíamos e deveríamos descartar.

E sem perceber podemos estar criando um acúmulo de nuvens escuras no nosso céu. Podemos nos sentir vítimas, por exemplo, viver na autopiedade querendo que os outros também se compadeçam como forma de consolo.

Ou então reclamar de tudo e de todos, numa cobrança constante com a vida, com as pessoas ou com nós mesmos. Há os que carregam a dor do mundo, os que se não se conformam, os que se acomodam, os que escolhem a indiferença e o egoísmo como atitude.

Existem pessoas que se deixam invadir pela mágoa, vivem de ressentimento, destilam ódio, raiva, vingança. Tem os que se escondem numa fachada de sarcasmo, de cinismo. Os que se colocam sempre numa posição de julgamento.

Há também os que espalham alegria, renovam o entusiasmo e a esperança e estimulam os outros a fazerem isso. Carregamos dentro de nós uma miríade de sentimentos e podemos passar por todos conforme as circunstâncias. Mas um deles nos guia e nós nos deixamos guiar. Tente perceber se as pessoas te identificam com aquilo que você mesmo se identifica.

Se a gente conseguir determinar nosso principal traço, nossa maneira de ser e encarar o que acontece, vamos nos compreender melhor.

O sentimento que elegemos ou que nos elege determina nossa visão de mundo. E vai determinar também o modo como o mundo nos trata. Somos seres complexos nesse turbilhão de emoções? Complicar a vida é fácil, simplificar dá trabalho.

BRUNA LOMBARDI

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