terça-feira, 26 de outubro de 2021


26 DE OUTUBRO DE 2021
FEDERAIS GAÚCHAS

Colação ao vivo só em 2022

Maioria das universidades projeta para o ano que vem o retorno das formaturas presenciais; nas particulares, cenário é outro

Ainda não será neste ano que os alunos das universidades federais gaúchas colocarão togas para receber os diplomas e comemorar com seus familiares a almejada graduação. Com planos de retomada gradual das atividades presenciais, a maioria das instituições planeja para 2022 o retorno das formaturas presenciais. A exceção é a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que elaborou um plano de retorno das colações de grau ao Salão de Atos, mas sem previsão de apreciação pelo Comitê Covid.

Na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), estão sendo feitas formaturas virtuais mensais, com estudantes de diferentes cursos simultaneamente. O plano é mudar o cenário no ano que vem.

- Inicialmente, serão somente formaturas externas. Mais adiante, as turmas menores voltarão às formaturas na UFCSPA - relata a reitora Lucia Pellanda, que explica que, devido à limitação de espaço, formaturas de cursos com muitos alunos, como Medicina, Enfermagem, Fonoaudiologia e Fisioterapia, já aconteciam fora do prédio da instituição antes da pandemia.

Destinada a cursos da área da Saúde, porém, a universidade conta com o apoio de muitos estudantes na manutenção, por enquanto, das solenidades no formato remoto. Formado em Biomedicina no dia 25 de agosto, Luís Felipe Castro, 28 anos, preferiu nem mesmo tirar fotos de toga, por entender que ainda não era seguro.

- Acho uma atitude prudente da UFCSPA. No momento, acho que é o ideal, porque as nossas condições epidemiológicas ainda não permitem que a gente retome de forma segura. É um passo de cada vez. Com todo mundo se vacinando, vamos começando a retomar a rotina, mas, agora, não se deve voltar - defende o novo biomédico.

Amanhã, será a vez de Luís Furtunato, 26 anos, se formar em Medicina pela UFCSPA. O dia não será celebrado como ele imaginava.

- É algo que a gente espera bastante, inclusive a família. É como se fosse um rito de passagem. Mas compreendemos também a situação que vivemos e que nem tudo pode ser como esperamos. Vamos nos reunir, eu, minha mãe e minha irmã, e comemorar nós três a ocasião - resume o jovem.

A turma de Luís pretende realizar uma colação de grau presencial quando tudo estiver liberado. Alguns cogitam também fazer festas, plano que não é compartilhado por Luís. Mesmo assim, o formando fez questão de participar da prova de toga, para ter em fotos o registro do rito de passagem.

Expectativa

Maior instituição de Ensino Superior do Rio Grande do Sul, a UFRGS elaborou um plano de retorno das colações de grau que prevê a realização de solenidades no Salão de Atos, seguindo uma série de protocolos e com limitação de número de formandos no palco e de convidados na plateia. O documento será analisado pelo Comitê Covid da universidade após a divulgação das novas diretrizes para o retorno gradual das atividades presenciais, que deve ser divulgado hoje. Atualmente, a UFRGS mantém a maioria das aulas no formato remoto, mas a previsão é de que um retorno gradual das atividades presenciais aconteça a partir de 17 de janeiro, quando começa o semestre letivo.

Por enquanto, as formaturas presenciais não estão permitidas. Na conclusão dos semestres de 2020/1 e 2020/2, contudo, foram liberadas cerimônias de formatura de gabinete com até cinco formandos e até dois convidados por formando. No caso de turmas mais numerosas, como a Medicina, as cerimônias se estenderam ao longo de quase um dia inteiro. No semestre de 2020/2, foram permitidos discursos e o uso de beca. Ainda assim, 66% dos estudantes preferiram as colações de grau totalmente virtuais.

A mais adiantada é a Universidade Federal do Rio Grande (Furg), que prevê formaturas presenciais, ainda que com uma série de protocolos, já na fase dois do seu plano de contingência, que deve começar no dia 16 de novembro. Os eventos estão sujeitos à avaliação do Comitê de Monitoramento, de combate e prevenção à covid-19 na instituição.

 ISABELLA SANDER

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