24 de janeiro de 2017 | N° 18750
CAPA | NILSON SOUZA
Fazendão aconchegante
Pessoas de olhos claros não gostam muito de claridade. Por isso, acho, minha mulher nunca apreciou as nossas praias de areias brancas. Para fugir do calor sufocante de Porto Alegre no forte do verão, costumávamos fugir para a Serra.
Foi assim que descobrimos o Veraneio Hampel, lá pelo final da década de 1970, quando éramos suficientemente jovens para sair sem destino certo nem acomodações reservadas. Pegamos a RS-020, passamos por Taquara e, de repente, nos vimos naquele caminho encantado para São Chico, com hortênsias por todos os lados.
O Hampel era um casarão de madeira, localizado num imenso parque florido e arborizado, com trilhas, riachos e cascatas. Parecia mais uma fazenda do que um hotel. Lembro, inclusive, que num passeio pelo gramado encontramos dois forcados, aqueles garfões utilizados para amontoar feno.
Naquele cenário lindo, fiz uma foto de minha companheira simulando um diabinho de desenho animado. Outras lembranças claras, mais de quatro décadas depois: a comida era ótima e a cama do quarto que ocupamos tinha um colchão convenientemente côncavo para a nossa juventude e para o friozinho que fazia à noite.