sexta-feira, 23 de agosto de 2024


 
23 de Agosto de 2024
informe especial - Rodrigo Lopes

A hora e a vez de Kamala

Foi o discurso mais importante de Kamala Harris, a ex-promotora e ex-procuradora-geral da Califórnia convertida na primeira vice-presidente negra e descendente de imigrantes da história dos Estados Unidos. Foi o momento Kamala - mais importante até do que o debate marcado para o próximo dia 10. Tanto que, apesar dos redatores, ela assumiu, em muitos momentos, a caneta do discurso, revisando o texto da fala em Chicago linha a linha, ensaiando expressões e por vezes tentando se livrar do teleprompter, algo que sempre engessa o autor da fala.

Sua história, contada em parte do discurso, conecta grande parte dos americanos com a trajetória comum de tantos - a criação de classe média, suas necessidades. Uma história de luta, de quem saiu de uma família humilde e chegou lá. Mas só isso, infelizmente, não basta. 

Por isso, Kamala lançou mão de uma estratégia já adotada pelo presidente Joe Biden na eleição de 2022: o estabelecimento de diferença entre passado e futuro, entre o atual estado das coisas nas democracias ocidentais e seus desafios, em estabelecer as rupturas entre a direita tradicional e Donald Trump, um político com grandes chances de voltar ao Salão Oval, mas que, do amanhecer ao pôr do sol, preocupa-se em não apenas subverter os pilares das instituições liberais, mas também converter a Casa Branca em uma extensão da Trump Tower. Kamala não é Hillary Clinton, contra a qual havia forte rejeição. Há chances de os EUA consagrarem a primeira mulher negra e filha de imigrantes comandante em chefe da nação.

Pesquisas

Em tempo: as últimas pesquisas divulgadas na noite de ontem dão margem para várias interpretações. Rasmussen Reports mostra Trump com 49% e Kamala com 46%. Data Progresso dá preferência para a democrata (49%) contra Trump (46%). E HarrisX dá preferência para o republicano (51%) contra 49% de Kamala. _

A quantas anda a demolição da Kiss

Quem passa pela Rua dos Andradas, no centro de Santa Maria, pode perceber que o local que uma vez abrigou a boate Kiss está isolado com um tapume escrito "Desfazer a ruína e construir a memória".

Atrás do letreiro, será construído o memorial às 242 vítimas do incêndio de 2013.

O prédio que abrigava a Kiss já foi totalmente demolido, e atualmente o projeto está na fase de fundações, com 40% desta etapa já concluída. Depois disso, vem a parte da construção dos pilares do empreendimento.

A expectativa é de que seja concluída em março de 2025.

O projeto contará com uma estrutura de 242 pilares, cada um deles com o nome de uma das vítimas. Também terá jardins, auditório e sala para exposições de arte, além de servir de sede para a Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). _

O que se sabe até agora sobre as novas sugestões dos holandeses

Encerrou-se ontem a segunda grande contribuição por parte do grupo de holandeses que esteve no RS para fazer um diagnóstico dos sistemas de proteção contra enchentes do Estado.

A primeira parte foi concluída na segunda-feira, com a divulgação do relatório que apontou problemas estruturais nos diques e nas casas de bombas e fragilidades nas comportas da Capital.

A segunda entrega começou a ser elaborada na terça-feira e envolveu uma conferência de cocriação e compartilhamento de conhecimento entre Brasil- Países Baixos (o nome oficial da Holanda), realizada na UFRGS. Participam do debate, fechado à imprensa, integrantes do governo do Estado, prefeituras, técnicos da UFRGS, USP, além de membros da comitiva de especialistas holandeses do Disaster Risk Reduction (DRRS).

Essa etapa do trabalho envolveu um debate macro, sobre o chamado Delta Metropolitano, que abarca, além de Porto Alegre, municípios como Canoas, São Leopoldo, Cachoeirinha e Gravataí. Chegou-se a cogitar que os debates seriam ainda mais amplos, envolvendo o Vale do Taquari e outras bacias hidrográficas, mas os integrantes resolveram se limitar nas regiões.

As discussões têm sido "ponderadas", segundo apurou a coluna. Ao invés de conversas apenas sobre obras de contenção, como diques, por exemplo, o diálogo tem sido mais focado em iniciativas não estruturais, como governança - a criação de uma autoridade ou órgão que faça a interlocução entre diferentes entes governamentais, como prefeituras, Estados e União, iniciativa semelhante ao que existe na Holanda. Outros temas tratados são o financiamento da transição e adaptação climática. _

Esquecimento

Uma das preocupações dos especialistas é a "perda da memória muito rápida" em relação à tragédia no Estado. Por isso, foi apresentado um histórico de eventos extremos do RS.

Há também a percepção da necessidade de se criar uma cultura de risco e conscientização.

Também fala-se sobre a relevância do planejamento espacial, equilibrando ações entre a ameaça de cheias sem perder a convivência com o Guaíba. Ou seja, não ver a natureza como inimiga. _

TRT-RS com nota máxima

A premiação avalia a transparência dos 94 tribunais brasileiros. Com o resultado, o TRT gaúcho lidera a relação, ao lado de 10 tribunais que alcançaram o mesmo índice.

Esse foi o melhor desempenho da Justiça do Trabalho gaúcha desde a criação do ranking de transparência, em 2018. No ano passado, o TRT-RS atingiu o índice de 99,02%, ficando em segundo lugar entre os tribunais regionais do trabalho e em oitavo lugar no ranking geral. _

INFORME ESPECIAL

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