30 DE NOVEMBRO DE 2017
GRÊMIO
A caminhada até a glória na Argentina
Cada torcedor guarda sua memória particular da campanha da Libertadores, iniciada em março, na Venezuela, com um Grêmio que não tinha Edilson e Geromel, lesionados, ainda contava com Bolaños e Pedro Rocha e no qual Lucas Barrios recém começava a entrar. Se a fase de grupos foi superada sem sustos, com Renato, focado na semifinal do Gauchão, se permitindo usar time misto em um jogo no Paraguai, sobrou tensão nos confrontos de mata-mata da competição. Recorde momentos e personagens decisivos na caminhada tricolor rumo ao tri.
O feriado de 20 de setembro se aproximava do final com drama para 50.517 torcedores do Grêmio na Arena. O Botafogo, que chegaria às semifinais com vitória ou empate com gols, havia atuado melhor no primeiro tempo. A solução surgiu de uma forma pouco comum para uma equipe habituada a fazer gols em jogadas trabalhadas. Veio aos 17 minutos do segundo tempo, originada de uma falta cobrada por Edilson. Lucas Barrios, de cabeça, transformou a aflição em festa.
Quando alguém exibir as imagens marcantes do Tri, não será permitido mostrar só os gols. Uma defesa feita por Grohe na vitória por 3 a 0 contra o Barcelona-EQU teve o dom de entrar direto na história. Ao antever o arremate do argentino Ariel, o goleiro preparou-se para esticar o braço e impedir que a bola entrasse. A imagem reabriu a discussão sobre a maior defesa de todos os tempos, antes atribuída a Gordon Banks em cabeçada de Pelé na Copa de 1970.
Poderia ser o River Plate, um clube de maior tradição e camisa. Coube ao surpreendente Lanús cruzar o caminho do Grêmio nas finais. E com direito a decidir em casa, pela melhor campanha geral. A suada vitória por 1 a 0, no jogo de ida, com gol de Cícero, pôs o Grêmio em vantagem para o inesquecível 29 de novembro, em La Fortaleza. A história desta noite foi construída com gols de Fernandinho e Luan e uma lição de futebol na Argentina: 2 a 1 e o Tri da América.