19 DE MARÇO DE 2018
IDEIAS PARA O FUTURO
IDEIAS PARA O FUTURO
Hoje, o amanhã
Ideias para o Futuro é um compromisso com a visão positiva do amanhã. Até o fim do ano, conversaremos sobre temas desafiadores. Para abrir a série, uma revolução que já provoca impacto gigantesco em todos nós: as transformações no mundo do trabalho. Um exemplo: carros sem motorista começaram a rodar pelas ruas do Primeiro Mundo. Sua popularização salvará milhões de vidas e extinguirá milhões de empregos. Algoritmos, inteligência artificial e robótica são áreas do conhecimento humano que se tornarão, num piscar de olhos, onipresentes em nossas vidas.
A inserção do Brasil e do Rio Grande do Sul nesse contexto nos preocupa, mas não nos assusta. Até 1º de maio, Dia do Trabalho, publicaremos artigos de professores, empresários, pensadores, ativistas, cientistas e consultores. Em comum, visões originais e profundas, mas nem por isso herméticas. Queremos conversar. Precisamos conversar.
Alguns dos articulistas já convidados:
ANTONIO CATTANI Professor de Sociologia na UFRGS. Autor e organizador do livro Trabalho: Horizonte 2021.
BERNARDO NUNES Doutor em Economia, atua como cientista de dados. Baseado na Holanda, desenvolve projetos para aplicação de inteligência artificial em negócios.
JORGE AUDY Superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS.
JOSÉ DARI KREIN Coordenador do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho do Instituto de Economia da Universidade de Campinas.
MARCELO MAISONNAVE Empreendedor, sócio da Startse, cofundador da XP Investimentos.
RICARDO CAPPRA Cientista de dados, já participou de projetos de ciência de dados para o governo dos EUA e grandes multinacionais.
RAFAEL LUCCHESI Diretor-geral do Senai e diretor de Educação e Tecnologia da CNI.
ROSA ALEGRIA Fundadora do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC-SP e diretora do Projeto Millennium no Brasil.
ROBERTO MARTINI CEO da Flagcx, eleito um dos 10 líderes mais inspiradores do país.
THIAGO MATTOS Futurista, professor da Singularity University e da Universidade Hebraica de Jerusalém.
O FUTURO DO TRABALHO
Mercado será informal, remoto e dinâmico
Enquanto você lê esse texto, jovens de 15 anos, em algum lugar do Brasil, estão desenvolvendo softwares. Aprenderam a programar na internet, sozinhos, através de cursos gratuitos, e estão participando de concursos promovidos por empresas de todo o mundo. Serão remunerados parte em dinheiro, parte em bitcoins. Essa não é uma simulação de futuro, e sim uma prática cada vez mais comum. A profissão mais desejada dos Estados Unidos é a de cientista de dados, ela não existia há cinco anos. Não existe uma graduação nessa área de conhecimento, e nem uma descrição clara sobre o papel desse profissional, mesmo assim, milhares de empresas estão buscando pessoas com essa habilidade por todo o mundo.
Empresas que até pouco tempo tinham processos formais e rígidos para seleção estão reduzindo as barreiras para acelerar a atração desses talentos, eliminando pré-requisitos como títulos e formações oficiais. Cursos de curta duração, mesmo que sejam a distância, tornaram-se critério importante nos processos seletivos. Candidatos passaram a ser avaliados por suas habilidades e competências, mesmo que vindas de um ensino informal.
Profissões inexistentes tornam-se desejadas rapidamente, como no caso do cientista de dados (que mistura conhecimentos de tecnologia e ciências exatas). Essa função cresceu graças à quantidade de dados que inundou o mundo, também conhecido como efeito Big Data. Isso também ocorre com outras dezenas de profissões, como especialistas em internet das coisas, treinadores de inteligência artificial, pilotos de drones, entre tantas outras. Talvez seja até errado chamar de profissões, deveríamos chamar de habilidades.
O futuro do trabalho será informal, remoto e dinâmico. Pessoas se conectarão com empresas para solucionar problemas e logo irão para novos projetos. Relações formais se transformarão em ecossistemas funcionais. Essa mentalidade de startup já acompanha as novas gerações, as empresas estão se movimentando para acompanhar isso, pois sabem que existem muitas coisas legais acontecendo do lado de fora dos seus portões.