segunda-feira, 27 de agosto de 2018



27 DE AGOSTO DE 2018
EDUCAÇÃO

Com criatividade e suspense, professora estimula a leitura

FINALISTA DO PRÊMIO RBS DE EDUCAÇÃO, educadora transmite aos alunos o amor pelos livros

Luzes apagadas, cortinas fechadas, turma reunida em um círculo em torno de um baú onde se lê o conto Histórias de Assombração. É assim que a professora Cíntia Nunes, 34 anos, titular do 4° ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Anísio Teixeira, no bairro Hípica, na Capital, inicia a atividade de leitura com a sua turma. O clima combina com a história que será lida pela mestra: um dos nove contos do livro Contos de Morte Morrida, de Ernani Ssó.

Nos olhos dos alunos, que têm, em média, nove anos, nenhum sinal de medo diante da narrativa sobre um pescador que faz uma amizade um pouco suspeita com a morte. Todos prestam atenção e mostram interesse após a leitura, na hora do debate.

A atividade, que ainda inclui leitura individual e escrita de textos, é similar às do projeto Histórias de Arrepiar Para Criar, que foi um dos finalistas do Prêmio RBS de Educação em 2015, desenvolvido também em uma turma do 4° ano.

- Montei o projeto após fazer o curso de mediação de leitura do Prêmio. Os alunos já adoravam ir à biblioteca. Escolhi obras de suspense por ser um tema pelo qual eles se interessam - conta Cíntia.

Naquele ano, por sugestão dos alunos da turma, o projeto incluiu a produção de um telejornal. Por votação, Matheo Braga Menezes, hoje com 13 anos, foi o âncora.

- No vídeo, fui um jornalista. Antes, já gostava de ler. Agora, gosto ainda mais - conta o hoje aluno do 7° ano da mesma escola.

A atividade acabou por aumentar o interesse pela leitura, como destaca Lorenzzo Correa Alves, outro aluno da turma:

- Hoje, eu gosto mais de aventura. Venho bastante (na biblioteca).

TEXTOS PRODUZIDOS EM AULA VIRARAM LIVRO

Na fase seguinte, Cíntia propôs que os estudantes escrevessem seus próprios contos de suspense. O resultado foi tão bom que as obras viraram um livro, com direito a sessão de autógrafos.

- Eu criei uma história com bruxas. Foi legal fazer o livro. Adoro ler! Faço parte do Clube do Gibi da escola e até escrevo algumas coisas em casa - diz Samantha Bacelar Schawarts, 12 anos.

Para a professora, o reconhecimento é um incentivo a continuar:

- Para mim, como professora, é importante ver meus alunos se sentindo valorizados, ver que uma atividade faz sentido pra eles. E a indicação para o prêmio trouxe isso.

ELANA MAZON