Para entender o mundo
Vivemos num mundo globalizado, mais do que nunca imerso em conflitos, guerras, invasões, bombas, imigrações, diferenças, desigualdades e muitas, grandes e rápidas mudanças nos planos culturais, comportamentais, políticos, econômicos e éticos, entre outros. O mundo nunca mudou tanto e tão rápido.
Os escândalos de hoje não são mais embrulhados com os jornais de ontem, mas com os jornais de hoje mesmo, neste planeta digitalizado, de tempo "presentificado" que voa em velocidade supersônica. 12 lições da história - Para entender o mundo (Faro Editorial, 128 páginas, tradução de Mario Bresighello), dos mundialmente consagrados historiadores norte-americanos Will (1885-1981) e Ariel Durant (1885-1981), vencedores do prêmio Pulitzer de 1968, apresenta guerras, desenvolvimento, religião, governos e decadência de nossos 5 mil anos de registros da história mundial.
Os autores apresentam uma versão concisa de conhecimentos relacionados a 12 temas: geografia, biologia, raça, caráter, moral, religião, economia, socialismo, governo, guerra, crescimento e decadência e progresso. Nas páginas do capítulo final, os autores questionam se o progresso é real. Para eles, o progresso não é contínuo nem universal, e a história mostra países progredindo e regredindo. Os autores fazem uma grande jornada pela história, explorando as possibilidades e as limitações da humanidade ao longo do tempo.
Apresentam muitas percepções incríveis sobre a natureza da experiência humana, a evolução da civilização e a cultura do homem. Ensinam os autores que a única revolução real está no esclarecimento da mente e na evolução do caráter, e que a única emancipação real é a individual. Para eles, os únicos revolucionários são filósofos e santos. "Se um homem for afortunado, recolherá, antes de morrer, o máximo que puder de sua herança civilizada e a transmitirá a seus filhos.
E, em seu último suspiro, será grato por todo esse legado inesgotável, sabendo que se trata de nosso alimento nutritivo e de nossa vida duradoura", são as últimas e sábias palavras da obra, que nos auxilia a entender a essência do comportamento humano, de onde viemos e para onde vamos.
Lançamentos
Clipping (Farol 3 Editores, 168 páginas), dos escritores e jornalistas Auber Lopes de Almeida e Nubia Silveira, revisão de conteúdo de Adriana Paranhos e pesquisa e revisão de Lorena Paim, em bela edição, trata com clareza e profundidade o clipping.
No século XIX, os clipadores selecionavam notícias, agora avaliam o impacto das informações no público. Indicado para estudantes e profissionais do jornalismo e leitores em geral, hoje às voltas com fake news. A intuicionista (HarperCollins, 332 páginas, tradução de Caroline Chang), romance de estreia do escritor norte-americano Colson Whitehead, vencedor do Pulitzer 2017, autor de The underground railroad - Os caminhos para a liberdade e best-seller do The New York Times, traz o dia a dia do Departamento de Inspeção de elevadores de uma metrópole.
Um elevador cai e empiristas (técnicos) vão digladiar com os intuicionistas (intuitivos) sobre o fato. Terrass (Autografia, 422 páginas), da gaúcha Ângela Lanner, é um caudaloso romance no qual a autora, com excelente trabalho de linguagem, trata da história de sua mãe, professora de costura, que desafiou a própria sobrevivência, rompeu os limites impostos pela hipocrisia e buscou entender-se.
A trajetória mostra a força da alma feminina e como, entre linhas, panos e tesouras, a mãe inspirou as alunas a buscarem caminhos e explicações para as coisas da vida. -
Jornal do Comércio (https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/colunas/livros/2018/08/642486-para-entender-o-mundo.html)