sexta-feira, 2 de agosto de 2024


02 de Agosto de 2024
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

Temor com Oriente Médio leva dólar a R$ 5,735

Se na véspera foi a cotação do petróleo que disparou, ontem foi a vez de o dólar ter forte alta, de 1,43%, para R$ 5,735, motivada pelo cenário global de aversão ao risco. Esse é o maior nível desde 21 de dezembro de 2021, quando fechou em R$ 5,738.

Entre os elementos do cenário de aversão ao risco, estão o assassinato de Ismail Haniyeh, líder formal do Hamas, e a morte do chefe da ala militar do grupo, Mohammed Deif, conforme o governo de Israel, em um bombardeio na Faixa de Gaza em julho.

O dólar se valorizou ante várias outras moedas. No Brasil, também pesou o fato de o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) não ter sido considerado suficientemente duro pelo mercado. Por isso, a bolsa de valores, que havia se valorizado muito em julho, recuou 0,2% ontem.

Faltou sinal de subida de juro, dizem analistas

Conforme analistas, embora o comunicado tenha usado palavras fortes para indicar luz amarela, pode ter sido "leniente" ao não contemplar hipótese clara de retomada de aumentos no juro básico, algo que o mercado discute desde junho passado.

E se já havia preocupação com a inflação "desancorada" no Brasil antes dos últimos episódios no Oriente Médio, o aumento no risco de ampliação do conflito só acentua essa inquietação.

A alta no preço do petróleo pressiona preços de todos os tipos, porque é matéria-prima de combustíveis a embalagens de alimentos. Ontem, a cotação até recuou 1,3%, para US$ 79,52, com a situação estável dos estoques. Mas não se sabe até onde chegará caso o conflito se amplie.

Ninguém duvida de que o Irã vai retaliar. O que não se sabe é se, desta vez, a diplomacia internacional será capaz de conter o ímpeto. O país se considera duplamente atacado pelo fato de o ataque que matou Raniyeh ter ocorrido em seu território. _

1,21%

foi a queda da bolsa de Nova York, sintoma da aversão de risco global

Mudança abre espaço para "comida de mãe"

Desocupado desde fevereiro, quando a Leiteria 639 - negócio que mistura cafeteria, confeitaria, restaurante, parrilla e bar - se mudou, o imóvel da Avenida Venâncio Aires, 639, ganha nova operação no próximo dia 8, ainda no guarda-chuva da Leiteria. O restaurante Madre abre com foco em reproduzir "receitas de mãe".

A primeira inspiração será a mãe de Tiago Leite, criador da Leiteria, que costuma fazer galinhadas. Os clientes também vão poder indicar comidas típicas dos seus redutos familiares para serem repetidas no Madre. Os pratos vão complementar um bufê.

- É um projeto que tem alma, com lembranças por meio da comida e memórias afetivas - afirma Leite.

O Madre vai funcionar de terça-feira a domingo, apenas no horário do almoço. _

Avança alternativa ao Salgado Filho

Mesmo com a previsão de volta do aeroporto Salgado Filho, estão mantidos os planos para garantir que o Estado tenha uma alternativa, o Aeroporto da Regional Serra Gaúcha, em Vila Oliva, Caxias do Sul.

Como a coluna antecipou, é o projeto de nova estrutura mais adiantado. Conforme Rogério Rodrigues, diretor-executivo do MobiCaxias, a intenção é começar a construção da pista de 1,95 mil metros ainda neste ano:

- A outorga é do município. Nasceu como regional, mas mudou para o foco internacional.

Ao longo dessa evolução, destaca Rogério, o que era chamado de "aeroporto de Vila Oliva" mudou de nome para Aeroporto Regional da Serra Gaúcha:

- Vai nascer como aeroporto regional, mas com especificações técnicas para fazer a transformação, por isso o tamanho da pista já é maior.

A extensão planejada é maior do que a prevista para a reestreia do Salgado Filho, de 1,7 mil metros. Existe uma dotação de R$ 200 milhões. Esse recursos seriam suficientes para a construção da pista, sustenta.

Embora o projeto tenha quase 20 anos, foi modificado a partir de 2018, a partir da regra de que não pode existir mais de um aeroporto regional em um raio de 50 quilômetros.

- Grandes projetos que virão para o RS precisarão de um aeroporto de grande porte na Serra - diz Rogério.

Conforme a secretária de Planejamento de Caxias, Margarete Bender, as informações são de que os recursos para o aeroporto não serão afetados pelos cortes no orçamento da União:

- É um equipamento extremamente necessário para a região e o Rio Grande do Sul. Se o governo federal não cumprir o convênio, a orientação é partir para parcerias. Já temos sido procurados.

A secretária detalha que a licitação agora só depende de uma confirmação da Secretaria da Aviação Civil (SAC) prevista ainda para este mês. _

Gerdau agora é "empresa B"

Nascida em Porto Alegre há 123 anos, a Gerdau se tornou a primeira indústria de aço certificada como "empresa B" na América do Norte.

- Isso reforça o compromisso da Gerdau de contribuir para resolver desafios e dilemas da sociedade - afirmou o CEO da siderúrgica, Gustavo Werneck.

O que define uma "empresa B" é o compromisso com um plano de desenvolvimento contínuo que sai da lógica de mitigação de impacto negativo para uma de geração de impacto positivo. A companhia já aportou R$ 26 milhões em ajuda emergencial e de reconstrução ao Rio Grande do Sul.

De abril a junho, o lucro líquido ajustado despencou 55,9% em relação a igual período de 2023, para R$ 945 milhões. O desempenho, conforme Werneck, reflete o "cenário ainda desafiador" no Brasil, que enfrenta entrada de aço chinês.

- Nos últimos 12 meses, a média mensal de entrada de aço importado foi de 396 mil toneladas, 66% acima da média histórica e com 19,2% de taxa de penetração (percentual de material estrangeiro nas vendas totais), conforme dados do Instituto Aço Brasil - detalhou. _

R$ 46,6 bi

é o total de contenção de gastos que os ministérios terão de fazer entre agosto e setembro para evitar o estouro da meta fiscal. Além dos cortes de R$ 15 bilhões, foram definidos limites de empenho: até setembro, até 35%, e até novembro, outros 35% do saldo.

Os gaúchos que vendem "Morte Súbita" no mundo

Três gaúchos comandam uma das mais conhecidas marcas de cosméticos do país, a Lola From Rio, criada em 2011 no Rio de Janeiro. Os sócios Dione e Jaqueline Vasconcellos e Milton Taguchi nasceram em São Leopoldo.

O nome original era Lola Cosmetics, mas mudou para ampliar o foco com até produtos para a casa e consolidar as vendas para 30 países, segundo o diretor de operações, Pedro Taguchi. Os produtos têm nomes curiosos, como Morte Súbita, para hidratação, e Rapunzel, para crescimento.

O mercado cosmético é dominado por multinacionais. Temos uma marca com brasilidade forte - diz Pedro.

No primeiro semestre, a empresa ampliou em 80% as vendas no Exterior e prevê triplicar a receita com exportação (hoje, 12% do total) até o final de 2025. No Estado, quer crescer no Interior, no Litoral e na Serra no próximo ano. _

GPS DA ECONOMIA

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