quarta-feira, 26 de dezembro de 2018


26 DE DEZEMBRO DE 2018
RBS BRASÍLIA

Fim melancólico


O presidente Michel Temer entra na última semana de governo de maneira melancólica. Com baixíssima popularidade, administração esvaziada e um histórico de crises, nem de longe entra para a história da maneira que sonhou. Quando era vice e trabalhou intensamente a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, Temer planejou marcar os dois anos de governo com reformas e uma política econômica eficiente. 

No roteiro original, o MDB terminaria 2018 tão bem, que elegeria o sucessor - quem sabe, o próprio Temer. Deu tudo errado. Aliados foram presos, como Geddel Vieira Lima. Outros não resistiram a meses de investigação no cargo de ministros, como Romero Jucá. O próprio Temer enfrentou duas denúncias da PGR. Agora, está diante de mais uma denúncia, feita pela procuradora-geral Raquel Dodge. 

Não à toa, aliados fizeram de tudo para que ganhasse uma embaixada, temendo que ele possa ser preso a partir de 2019. Justiça seja feita, Temer controlou a inflação, reduziu os juros, fez a reforma trabalhista e aprovou a lei do teto fiscal, mas não conseguiu recuperar o crescimento e gerar empregos. Se não houve reforma da Previdência, é porque ele ficou politicamente fragilizado, a ponto de ser escanteado pelo próprio partido ao longo da campanha de 2018. Essa é a imagem que fica de um vice que não queria ser decorativo. Temer sai pela porta dos fundos.

Em conversa com a coluna, a líder do MDB no Senado, Simone Tebet (MS), afirmou que o candidato da bancada à presidência da Casa será aquele que tiver no mínimo 42 votos garantidos, com condições de vencer. Sobre a polêmica do voto aberto na eleição, Simone preferiu não se manifestar:

- Seja voto aberto ou fechado, o MDB só vai votar em um nome que tiver 42 votos, seja Renan, Simone ou qualquer outro da bancada.

Especialistas em Previdência que trabalham na transição ao lado do ministro Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirmam que o projeto de reforma a ser enviado ao Congresso será um "benchmarking" para o mundo. A informação do grupo é de que experiências de sucesso dos principais países estão sendo utilizadas na elaboração da proposta. Os técnicos só não podem esquecer que uma reforma da Previdência entra no Congresso com uma cara e sai com outra bem diferente.

Colaborou Silvana Pires - carolina.bahia@gruporbs.com.br

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