12 DE OUTUBRO DE 2017
GRÊMIO
ONDE ESTÁ O FUTEBOL DO GRÊMIO?
NÃO JOGA bem, perde para o Cruzeiro por 1 a 0 na Arena e preocupa o torcedor para o confronto do dia 25 contra o Barcelonapela Libertadores.
Um espectador desavisado poderia imaginar, em alguns momentos, que se tratava de um amistoso. Sem inspiração e com pouca chance de aproximação do líder Corinthians, Grêmio e Cruzeiro não valorizaram o esforço dos poucos torcedores que encararam a noite chuvosa na Arena. Só que o time mineiro foi um pouco mais eficiente e, com gol de Rafael Sóbis, venceu o confronto por 1 a 0.
No jogo que marcou mais uma etapa da contagem regressiva para as semifinais da Libertadores, o Grêmio mostrou que ainda precisará melhorar muito. No segundo turno do Brasileirão, já são cinco derrotas.
A produção ofensiva do Grêmio ficou abaixo do esperado. O time tinha menos velocidade do que a torcida exigia e ainda precisava cuidar dos perigosos Alisson e Rafinha. Bem controlado por Arthur, Thiago Neves pouco aparecia.
O equatoriano Arroyo até chegou a empolgar nos primeiros minutos, com deslocamentos rápidos e ousadia no drible, mas pareceu perder gás com o passar dos minutos. Aos poucos, passou a atuar muito recuado, quase como um armador. O garoto Jean Pyerre, outra surpresa de Renato, em que pese exibir qualidade nos passes, sentia, no início, a natural falta de naturalidade para tentar os dribles. Cercado pelos grandalhões Digão e Manoel, Lucas Barrios tentava reter a bola como pivô, mas suas iniciativas não eram acompanhadas por Fernandinho, bem controlado pela marcação.
Assim, restavam as investidas dos laterais Edilson e Marcelo Oliveira como alternativa para furar o bloqueio do Cruzeiro, comandado por Henrique e Hudson, dois volantes muito seguros. A primeira oportunidade surgiu aos 13 minutos. Depois de receber de Edilson, Fernandinho concluiu por elevação, mas sem oferecer perigo. Um pouco antes, a defesa esperou pela marcação de impedimento e deixou Alisson livre para um chute bem defendido por Grohe.
Jean Pyerre mostrou personalidade aos 25 minutos. Em cruzamento de Edilson, ele surgiu por trás de Hudson, mas seu cabeceio foi para cima, facilitando o trabalho do goleiro Rafael. O garoto de Alvorada voltaria a ser protagonista a 40 minutos, em bom passe para Lucas Barrios, que chutou sobre Digão.
Depois disso, só o chute forte, mas alto de Edilson, em cobrança de falta, fez o torcedor erguer-se das cadeiras na expectativa do gol. Ficava para os gremistas que enfrentaram a chuva a certeza de que, sem Luan, o time tem muita dificuldade de criação. Como o marasmo se estendeu ao início do segundo tempo, Renato chamou Patrick e Everton como tentativa de abrir o marcador. Em sua última participação, antes de ser substituído, Arroyo quase marcou em cobrança de falta, a 10 minutos.
Aos 20, Arthur passou a Barrios, que serviu a Fernandinho para uma conclusão perigosa, ainda que sem o melhor ângulo para o arremate. Chance bem melhor foi a de Everton. A 22 minutos, em novo cruzamento de Edilson, ele arrematou bem perto da trave esquerda. Indício de vitória? Nada disso.
Aos 23, no único lance em que sua criatividade veio à tona, Thiago Neves deu passe rasteiro, Geromel não alcançou e Sóbis, na frente de Grohe, fez 1 a 0. Até o fim da partida, o que se viu foi um inesperado e preocupante desacerto coletivo do Grêmio. Detalhes que, em duas semanas, Renato precisará correr para corrigir sua equipe.
LUÍS HENRIQUE BENFICA