25 DE OUTUBRO DE 2017
+ ECONOMIA
NOVELA PERTO DO FIM
Ainda não é o capítulo final, mas já se sabe como deve terminar a história. Não é pouca coisa em um Estado de séries intermináveis. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem o acordo que transfere da Eletrosul para a chinesa Shanghai Eletric Power a responsabilidade pela execução das obras do chamado Lote A, conjunto de reforço ao sistema de transmissão de energia na Região Sul que inclui linhas e subestações.
O acerto prevê conclusão em até 48 meses a partir da constituição da Sociedade de Propósito Específico (SPE). Esse tipo de arranjo é usual no setor, criado para se encarregar dos trabalhos. A decisão parece remover um problema que vinha travando essa definição - a presença da Eletrosul na SPE. A fatia da estatal está limitada à proporção do aporte de recursos já feito pela empresa. Como foram R$ 111 milhões, representará 5%.
A participação da estatal era uma condição imposta pelos chineses. O que eles buscam não eram recursos. Querem contar com a experiência da Eletrosul em licenciamento ambiental e regularização fundiária, fatores críticos. Com a decisão - agora só falta assinar o termo vinculante -, o prazo limite para a entrega das obras ficou para o final de 2021.
Isso significa que os projetos de geração de energia para o Estado terão de disputar contratos no leilão previsto para dezembro deste ano que prevê entrega em até seis anos. O outro, que exige prazo de até quatro anos não será viável porque cobra obras prontas seis meses antes dessa data. A menos, claro, que o governo federal mude as regras do leilão.
Depois da má experiência de bilhões investidos no Nordeste em geração eólica sem conexão com o sistema elétrico, as regras exigem capacidade para transportar a nova geração. Menos mal que há um horizonte, ainda que longo.
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