terça-feira, 17 de outubro de 2017


16 DE OUTUBRO DE 2017
+ ECONOMIA

SEM PLANO B PARA O FIM DO INOVAR-AUTO


Era para estar tudo bem encaminhado. Expira em 31 de dezembro o Inovar-Auto, que criou mais uma jabuticaba ao estabelecer um estímulo-desestímulo carros fabricados fora do Brasil pagam acréscimo de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Estava previsto antes que a Organização Mundial do Comércio (OMC) desse ultimato ao Brasil para encerrar essa e outras formas de incentivo à produção local, em agosto.

No entanto, governo e indústria brasileira parecem não precisar de competição externa para se meter em encrenca. Diante da falta de acordo, foi adiada para 2018 a vigência da Rota 2030, o conjunto de regras que substituiriam o Inovar-Auto. O principal problema foi o mais óbvio: não houve acerto na definição das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e no uso de créditos tributários, com reflexos sobre a arrecadação. No papel, era bonito: veículos mais eficientes teriam tributação menor. Quanto menos emissões, menor a alíquota de IPI sobre cada modelo.

Diante da pressão global - cidades europeias começam a definir data-limite para circulação de ônibus movidos a diesel e gasolina, por exemplo, a intenção era das melhores: estimular tecnologias mais avançadas, com menor impacto ambiental. No Brasil do programa de combustível renovável - etanol, que ainda gera sequestro de carbono nas plantações de cana-de-açúcar - não parecia missão impossível.

O grande feito do Inovar-Auto foi forçar a montagem no Brasil de alguns modelos com mercado restrito - casos de BMW, Mercedes-Benz. Na semana passada, a Mercedes coroou a safra 2017 de investimentos automotivos com R$ 2,4 bilhões, mas para caminhões e ônibus. No total, são R$ 15 bilhões até 2022, de oito montadoras. Mas não é impossível que o fim do "estímulo-desestímulo" leve algumas marcas estreladas de volta para casa. Também fica adiada a solução para um problema antigo no Brasil: a retirada do obstáculo para carros hídridos e elétricos, que seguirão sobretaxados no esquema esticado pela falta de acordo.

A reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) terminou com uma frase que parece ter sido dirigida ao Brasil - mas não foi. Christine Lagarde, diretora-gerente da instituição, afirmou que os países devem aproveitar o período de bonança, com aumento das perspectivas de crescimento do PIB global, para fazer reformas, principalmente fiscais. Até o FMI anda surpreso com a atual "boa onda" global.

DEPOIS QUE A COLUNA PUBLICOU ANÁLISE SOBRE FALTA DE ACORDO ENTRE ACIONISTAS E CREDORES DA OI PARA DESTRAVAR A RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA EMPRESA QUE INCLUI DÍVIDAS DE R$ 64 BILHÕES, A COMPANHIA ENVIOU NOTA EM QUE SE POSICIONA SOBRE A QUESTÃO. AFIRMA QUE O OBJETIVO DA DIRETORIA É PRESERVAR OS SERVIÇOS PRESTADOS PELA OI E OS EMPREGOS GERADOS PELA COMPANHIA.

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