terça-feira, 9 de janeiro de 2018


07 de setembro de 2017 | N° 18944
ARTIGOS

A MATEMÁTICA DAS CIDADES


O PIB de Porto Alegre é de aproximadamente R$ 60 bilhões. Se fosse um país e segundo as evidências econômicas bem-sucedidas, o patamar de taxa de investimento deveria ser entre 20% e 22% do PIB. Ou seja, de R$ 12 bilhões a R$ 13,2 bilhões por ano. A arrecadação do município não chega a R$ 7 bilhões, e todo esse valor volta à economia por meio de salários, gastos e investimentos públicos. O problema é que, quando há déficit, esse montante não volta, enfraquecendo a dinâmica da economia local.

Para voltar a crescer, é preciso que a taxa de investimento efetiva privada na cidade aumente, criando as bases para uma expansão da capacidade produtiva no longo prazo e, na sequência, um efeito demanda para elevar o nível de consumo. É necessário desenvolver o ambiente favorável de negócios para que empresários e investidores continuem acreditando, no futuro, em sucessivas expansões de renda na cidade. No entanto, é no ajuste ex ante das contas públicas que encontramos a primeira parte da equação a ser resolvida.

A atualização da planta de IPTU, defasada há 26 anos, está assustando precipitadamente muitas pessoas, mas é necessário esclarecer que o princípio orientador é de que todos tenham critérios equânimes para alimentar o ambiente de justiça tributária. Isso impacta na vida real do cidadão e de como, e se, queremos nos engajar para sair da crise. 

A escolha de solucionar essa equação é pública. Junto a outros projetos e ações que estão viabilizando empreendimentos, construções, obras e serviços públicos e novos investimentos privados em andamento, retomaremos o crescimento. A reestruturação administrativa, o corte de gastos e a justiça tributária são etapa primeira dessa matemática, e fundamental para retomar o processo de geração de emprego e renda locais.

Matematicamente, as nossas vidas como cidadãos dessa bela cidade passam pela decisão de qual resultado queremos encontrar ao final dessa equação. Nossas vidas passam pela decisão de qual

resultado queremos ao final dessa equação

Economista e secretário municipal adjunto de Desenvolvimento Econômico de Porto Alegre leandrodelemos@jobandlabor.com

LEANDRO DE LEMOS