sexta-feira, 12 de janeiro de 2018


Elena Ferrante se abriu 

Elena Ferrante é o pseudônimo de uma escritora italiana cuja verdadeira identidade é desconhecida do público. Autora de romances de sucesso internacional e de obras como A filha perdida e o infantil Uma noite na praia, publicados no Brasil pela Editora Intrínseca, Elena notabilizou-se, sobretudo, pela Série Napolitana composta de quatro grandes romances: A amiga genial; História do novo sobrenome;

História de quem foge e de quem fica; e História da menina perdida. Respeitada mundo afora como uma das grandes vozes da literatura mundial contemporânea, a autora nunca mostrou seu rosto, não deu pistas sobre sua verdadeira identidade e, nas raríssimas entrevistas, a maioria por e-mail, disse que "já fez tudo o que podia ter feito por seus livros escrevendo-os".

Em meio a este mistério, há certezas profundas: a força gigantesca de sua prosa, a recusa do artificialismo da linguagem e a revelação da consciência profunda de seus personagens. Frantumaglia (Intrínseca, 414 páginas, tradução de Marcello Lino) apresenta Elena Ferrante se abrindo em delicadas frestas que permitem vislumbrar detalhes dos bastidores da vida, da obra e do processo criativo de uma das maiores escritoras da atualidade.

Frantumaglia é uma palavra usada pela mãe, em dialeto napolitano, para dizer como se sentia quando era puxada para um lado e outro por impressões contraditórias dilacerantes. Elena conta a origem e a importância da Frantumaglia para seu processo criativo. Dividido em três partes, o livro apresenta cartas, bilhetes, entrevistas, ensaios e trechos escritos e não publicados. Mesmo sem revelar a identidade,

Elena Ferrante aborda questões inconscientes e perturbadoras com a mesma intensidade que utiliza para suas extraordinárias ficções. Elena criou, como os ótimos escritores, um universo à parte, um mundo completo, constituído por linguagem, família, gestos, emoções, política e cultura e, neste livro, o leitor tem a possibilidade de contemplar a personalidade peculiar e espectral da autora no mundo literário.

Nas páginas de Frantumaglia, Elena explica porque prefere ficar longe da mídia, permitindo vida autônoma a seus livros, protegendo-se da lógica do mercado e evitando a espetacularização do autor em prol da literatura. A autora reflete sobre a relação com a psicanálise, as cidades onde morou, a maternidade, o feminismo e a infância, aspectos fundamentais para a produção de sua importante obra literária.

lançamentos 

Petrolina (Grua, 174 páginas), do romancista e contista paulista Carlos Eduardo de Magalhães, retrata, no percurso de 2.178,6 quilômetros e 29 horas de viagem de São Paulo a Petrolina, nesta road novel, a vivência de Zeca, compositor de trilhas musicais, com seus filhos Carmem, Pedro e Oscar. A narrativa mostra bem a crise de vínculos afetivos e familiares, num mundo de relações virtuais. O espaço físico da aventura e do imprevisto, reconquistados, marcam a obra.

A menina do Circo Tibúrcio e outros causos desenhados (Libretos, 60 páginas), do premiadíssimo caricaturista, quadrinista, cartunista e chargista Santiago, apresenta histórias de infância no Interior, quadrinizadas, com prefácio de Fraga, que disse: "desenha a tua aldeia e serás universal". Santiago segue desenhando sua aldeia, seus habitantes, seus cuscos e outros bichos e, não por acaso, papou dezenas de prêmios nacionais e internacionais.

Te mete! O casamento de Luíza (Editora Charlote, 174 páginas), do professor, jornalista, advogado e editor Mildo Fenner, é seu terceiro romance. Com habilidade narrativa, o autor trata de imigrantes alemães, amor, ódio, ingratidão e amizade, em meio ao trabalhoso e difícil dia a dia dos imigrantes.

Luíza, sensível e educada, engravida e conquista o soldado prussiano Frederico, que esqueceu das brutalidades das guerras e caiu em seus braços.   -

Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2018/01/colunas/livros/605307-elena-ferrante-se-abriu.html)
  propósito... 

Quem sabe escrevo o Como escolher seu manual de autoajuda? 

Seria interessantíssimo ajudar os leitores a escolherem a melhor maneira de serem ajudados, seria ótimo me ajudar, ajudar meu editor, o distribuidor e as livrarias, e ajudar os eternos autores de obras que nos auxiliam, com seus fantásticos e milenares ensinamentos, a viver melhor conosco, com os outros, com o planeta e com os demais seres vivos. 

Só não esqueça que o melhor livro de autoajuda ainda está por vir. Sempre estará. As pessoas e o mundo vivem mudando. Não se desespere, não se preocupe tanto, não desanime. Quem sabe, você não escreve seu próprio livro de autoajuda? Bons relacionamentos, boa sorte, boa vida e boa (auto)ajuda! (Jaime Cimenti) - Jornal do Comércio 

(http://jcrs.uol.com