sábado, 23 de fevereiro de 2019


23 DE FEVEREIRO DE 2019
RBS BRASÍLIA

SUPERMINISTROS E GENERAIS SALVAM COMEÇO DO GOVERNO


Escolhidos pelo presidente Bolsonaro para serem as estrelas da Esplanada, os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Justiça, Sergio Moro, salvaram esses primeiros 60 dias de governo. Pela complexidade e rapidez do trabalho, Guedes foi o mais eficiente, ao mandar para o Congresso ainda antes do Carnaval uma reforma da Previdência completa e bem formulada. Como havia prometido, Moro também encaminhou o pacote anticrime, mas perdeu um pouco do brilho ao sucumbir à pressão de parlamentares e esfriar a criminalização do caixa 2.

O presidente começa o ano pautando o Congresso e honrando bandeiras de campanha, o que é importante. Corporações de servidores públicos descontentes com as mudanças na aposentadoria podem reclamar de tudo, menos de terem sido enganados por Bolsonaro durante o período eleitoral. Guedes avisou que faria a reforma e que seria radical. Com isso, o governo ganha credibilidade junto aos mercados.

São ações práticas, que de alguma forma compensam as trapalhadas na área política e a saia-justa provocada pelos filhos do presidente. As movimentações financeiras atípicas do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), os laranjais do PSL, a fritura pública do ex-ministro Gustavo Bebianno e o vazamento de conversas entre o então ministro e Bolsonaro formam um caldeirão com potencial explosivo.

Até aliados do presidente - aqueles livres da paixão cega - acompanham o bate-cabeça com perplexidade. O mais recente constrangimento foi a crítica do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) a uma orientação do Exército sobre uso de armas. Nos ofícios, o Ministério da Defesa apenas reforça o que já é lei.

É como se houvesse dois ou mais governos: um ainda agarrado às questões ideológicas próprias de palanques, embalado por teorias da conspiração, e outro que funciona.

Com pouco dinheiro e com a missão de tocar obras, o Ministério da Infraestrutura também pode ser enquadrado no saldo positivo, assim como o time dos militares.

Graças ao conhecimento e bom senso dos generais, o governo agiu com estratégia no caso da ajuda humanitária à Venezuela. O presidente formou um comitê de crise e divulgou informações objetivas, sem pirotecnia nas redes sociais ou declarações desencontradas. Bem como um governo deve ser.

CAROLINA BAHIA

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