sábado, 4 de maio de 2024



04 DE MAIO DE 2024
+ ECONOMIA

Siderúrgica promete "toda ajuda"

Também afetada pela enxurrada, a Gerdau decidiu parar a produção na usina de Charqueadas, focada na produção de aços especiais, destinados ao mercado automotivo.

Segundo o CEO da siderúrgica, Gustavo Werneck, a decisão foi tomada no momento em que a cidade está passando por sérios problemas e permite concentrar o foco nessa solução. A atual capacidade de produção na usina, a antiga Aços Finos Piratini, é de 450 mil toneladas por ano.

A expectativa é de que a retomada em Charqueadas ocorra nos próximos dias, assim que a água refluir. Em Sapucaia do Sul, onde a Gerdau acabou de inaugurar obras de modernização, a atividade continua normal.

À coluna, Werneck afirmou que está em contato permanente com o governador Eduardo Leite para garantir "todos os recursos que puder disponibilizar".

- Vamos dar toda a ajuda possível. Isso tanto agora, que os esforços estão mais focados no resgate, quanto em um segundo momento, o da reconstrução. Estamos nos solidarizando com todos os gaúchos e acompanhando de perto a situação da chuva no Estado.

A parada em Charqueadas só deve se estender no final de semana, tranquilizou Werneck. Não deve provocar impacto no mercado, uma vez que a empresa tem estoques para suportar a demanda no período em que se considera necessária a interrupção das atividades.

Uma ideia para reconstruir o Estado

A coluna recebeu uma ideia para viabilizar a enorme quantidade de recursos que será necessária para recontruir o Estado: negociar com a União a suspensão temporária do pagamento da dívida pública, condicionada à demonstração de aplicação de recursos na recuperação econômica e social do Rio Grande do Sul.

O autor é o ex-secretário da Fazenda Aod Cunha. É bom lembrar que não se trata de um economista que relativiza a necessidade de pagar dívidas, sejam públicas ou privadas.

- Jamais proporia algo assim, mas há justificativa econômica e legal para isso, uma calamidade pública de grandes proporções. A própria legislação federal prevê isso e já foi usada na pandemia. E por que só para o RS? Bom, é autoexplicativo - argumenta.

Uma possibilidade seria direcionar boa parte da aplicação a soluções de longo prazo frente à mudança climática.

- Poderia ser um projeto-piloto da União que provavelmente terá de ser utilizado em outras regiões, pelo que estamos observando das mudanças no clima - justifica.

Aod pondera que a extrema necessidade do RS não será só de recursos financeiros, mas materiais e humanos, porque será preciso fazer muita coisa em pouco tempo, o que sempre foi um desafio para o Estado e para o país. Alerta também que a projeção dos custos não pode ser feita com base nos preços da infraestrutura antiga:

- Precisamos de um novo modelo de ocupação do solo e cidades. Tudo indica que irá acontecer novamente, infelizmente.

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