sábado, 29 de junho de 2024


29 DE JUNHO DE 2024
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

INFORME ESPECIAL

Bem perto do fim da linha

O primeiro debate da corrida eleitoral americana de 2024 eletrizou a campanha. Não exatamente pela qualidade dos debatedores, mas principalmente pela debilidade dos dois - do ponto de vista físico e moral. Nem Joe Biden nem Donald Trump têm condições de comandar a mais tradicional democracia do planeta e maior potência militar do mundo, os Estados Unidos da América.

Biden foi mais do que sonolento - uma acusação que Trump costuma fazer ao adversário. O democrata foi vacilante e confuso, exibindo fragilidades que nem os maiores inimigos do atual presidente imaginavam. Ele abriu o flanco para Trump em diversas ocasiões. O republicano foi firme, assertivo, mas distorceu fatos de forma descarada.

O formato do debate, no qual os mediadores não contestavam as afirmações dos candidatos, abriu caminho para Trump repetir seu tradicional roteiro de "fake news".

Diferentemente dos outros encontros, desta vez, os microfones ficaram fechados cada vez que o adversário falava. Isso poupou os espectadores de mais frases vergonhosas. Mas não ajudou muito, porque temas importantes, como a inflação, a migração, a política externa, o aborto, foram substituídos por acusações mútuas - de frases de baixo calão ou que beiram a infantilidade, como o momento em que Biden e Trump ficaram discutindo quem seria melhor no golfe, ou o cômico, quando o republicano "jurou", literalmente, não ter feito sexo com uma atriz pornô - ele foi condenado criminalmente por um tribunal de Nova York recentemente por ter subornado Stormy Daniels em troca de seu silêncio.

Em um dos momentos mais duros do duelo, Trump disse que Biden tinha "sangue nas mãos" por "afrouxar as fronteiras" e deixar "terroristas, inclusive da América do Sul" entrar no país e matar cidadãos americanos. O atual presidente, com voz rouca (a Casa Branca informou durante o debate que ele estaria resfriado), disse que aumentou a segurança nas fronteiras.

Na defensiva o tempo inteiro, Biden não conseguiu convencer a ponto de, mais para a metade do debate, seus correligionários começarem a trocar mensagens internas provocando a ideia de possível mudança de nome para a disputa até a convenção. Talvez não haja tempo suficiente. Talvez não seja nem possível dizer que ele não pode concorrer.

O fato é que, independentemente da decisão, Biden perdeu a eleição nesta quinta-feira, 27 de junho. E os democratas deverão deixar a Casa Branca em novembro de 2024. _

Humilhação nas filas

Na sexta-feira, em São Leopoldo, mais de cem pessoas aguardavam desde a madrugada. A prefeitura diz que a demora deve-se ao fato de o governo do Estado ter escolhido o Cadastro Único (CadÚnico) como porta de entrada para receber o benefício. Por outro lado, o Palácio Piratini afirma que o sistema é o mais seguro e confiável, utilizado em outros programas sociais.

Ora, autoridades, no auge da crise, prometeram que não haveria burocracia, disseram que garantiriam flexibilização de regras para que o dinheiro chegasse na ponta, com a urgência de que as pessoas precisam.

Estamos vendo o contrário. Os gaúchos - que foram drasticamente afetados na enchente - estão sendo penalizados duas vezes: perderam tudo no desastre e, agora, precisam passar frio e viver a angústia de não ter certeza se irão receber o recurso que lhes é de direito. É humilhação. _

Papagaios na área urbana da Capital

Uma cena tem se tornado frequente na área urbana de Porto Alegre: animais silvestres ocupando o espaço verde na Capital. Além das caturritas, que sobrevoam vários bairros, agora papagaios são avistados, como foi registrado na foto pelo leitor Alisson Laschuk, no Auxiliadora. Os animais voam em bando e se alimentam nos galhos de um ipê roxo.

Glayson Bencke, ornitólogo, especialista em aves, do Museu de Ciências Naturais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), explica que a maioria das espécies pode ser de duas origens: soltas de cativeiro ou em liberdade, que nasceram já no ambiente externo.

- Estão restritas à zona urbana, dificilmente são encontradas em zonas rurais de Porto Alegre - explicou. - São de cativeiro e também formam população à medida que vão se renovando no ambiente urbano.

Esse tipo de ave tem como característica o fato de viver em casal que se mantém unido a vida toda. Na procura por alimentos, como é o exemplo da foto, formam o bando.

Segundo Bencke, o papagaio, apesar de estar em ambiente urbano, é um animal que não mantém contato com os humanos, diferentemente dos pombos. Com isso, não há risco à saúde da população. Caso você veja uma dessas aves, não há o que fazer, apenas deixá-la viver em um habitat que um dia já foi, preponderantemente, dela. _

Enchente pautará eleição municipal

Na última quinta-feira, o pré-candidato pelo União Brasil, deputado estadual Thiago Duarte, afirmou que "houve uma precarização do serviço do departamento ao longo das duas últimas gestões da prefeitura":

- Das 20 casas de bombas, mais de 10 não funcionaram. Alguns diques romperam. Isso mostra que a prefeitura negligenciou o cuidado com o sistema de proteção da cidade. Negligenciou propositalmente.

Na sexta-feira, foi a vez da pré-candidata e deputada federal Maria do Rosário (PT) criticar os protocolos adotados durante a enchente de maio. Segundo ela, houve leniência da atual gestão em termos de manutenção e dificuldade de articulação:

- As bombas não funcionaram, e administração municipal não tinha nem consciência de como estavam o estado das bombas.

As declarações foram feitas durante sabatinas realizadas pela Folha de S.Paulo e o portal UOL.

Segundo o jornal, Melo optou por não participar das entrevistas. 

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