sexta-feira, 28 de junho de 2024


28 DE JUNHO DE 2024
TROCA DE IDEIAS - Jhully Costa

TROCA DE IDEIAS

Retomada do turismo no Painel RBS

Como fortalecer o desenvolvimento do turismo após a tragédia climática que assolou o RS? Essa e outras perguntas guiaram a primeira edição da série especial do Painel RBS, promovida pelo Grupo RBS como parte do movimento "Pra cima, Rio Grande" para dar voz e visibilidade aos desafios e soluções para a retomada de setores-chave na economia gaúcha. Mediado pelo jornalista Elói Zorzetto, o evento foi realizado ontem, com transmissão ao vivo pelo canal de GZH no YouTube.

O encontro contou com a participação de Luiz Fernando Rodriguez Júnior, secretário de Turismo do RS em exercício; Amanda Bonotto Paim, coordenadora de Turismo do Sebrae RS; Rodrigo Machado, sócio-diretor da Opinião Produtora e um dos fundadores do Instituto RSNASCE; Daniel Hillebrand, presidente do Contur Hortênsias e gerente de relacionamento institucional da Sicredi Pioneira; e Daniel Panizzi, presidente da União Brasileira de Vitivinicultores (Uvibra) e vice-presidente do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura.

Amanda Paim observou que o setor foi impactado indiretamente pela tragédia, com 95% das empresas deixando de faturar no período.

Aeroporto

Na Região das Hortênsias, a principal preocupação era com os acessos rodoviários. Por isso, a sociedade se engajou para viabilizar a restruturação das estradas. Mesmo que haja possibilidade de acesso pelas rodovias, os participantes destacaram a importância da reabertura do aeroporto Salgado Filho para o setor de turismo. 

Equatorial deve abocanhar sozinha fatia da Sabesp

Deve ser oficializada hoje a nova participação da Equatorial na área de saneamento: a Sabesp, maior do país e considerada a "joia da coroa" do setor. Até quarta-feira, ainda concorria com outra atuante no Estado, a Aegea, que desistiu da disputa.

Especializada em privatizar e reestruturar distribuidoras de energia, a Equatorial entrou no saneamento há menos de três anos, com a compra da Caesa, de Alagoas. A Sabesp se tornou mais conhecida dos porto-alegrenses por emprestar bombas ao Dmae para apressar o escoamento dos alagamentos de maio.

O desfecho do leilão, com apenas uma interessada e ainda novata no saneamento, não será o esperado. Entre as causas do final um tanto melancólico estão as regras da venda da fatia da empresa, mais restritas do que as tentadas - e modificadas - na Corsan.

No caso da Sabesp, além de restringir a 15% a fatia da venda de ações em pacote - as demais devem ser pulverizadas -, o governo de São Paulo adotou mecanismos que afugentaram as candidatas consideradas mais óbvias.

- Se a "joia da coroa" do saneamento tem apenas uma interessada, há algo errado. Se não gera competição, ou o processo foi malfeito, ou o setor não é tão atrativo - avalia o gaúcho Percy Soares Neto, ex-diretor-executivo da Abcon-Sindicon, entidade que representa empresas privadas do segmento.

O que inibiu a concorrência

Na avaliação de Percy, é "inegável" que mecanismos adotados pelo governo de São Paulo para se proteger inibiram a concorrência. Além de um percentual relativamente baixo para uma empresa privada se tornar "sócia estratégica" - os 15%, enquanto o modelo da Corsan previa 30% e ainda assim não atraiu -, houve uma "pílula de veneno". Esse é o nome (que costuma ser chamado, na versão em inglês, de poison pill) de uma cláusula que proíbe esse acionista de referência de comprar ações de outros sócios para se tornar majoritário.

- Vai acontecer como no Rio Grande do Sul com a Corsan. Tem o mérito de o processo ter chegado ao fim, mas não pode ser considerado um sucesso, porque não houve competição. A venda da Corsan foi importante por ter sido a primeira depois do marco do saneamento, mas o governo do Estado deixou dinheiro na mesa (o valor obtido com a venda foi menor do que se tivesse havido disputa) - observa Percy. _

As ações da Sabesp fecharam ontem com queda de 2,8%, em dia que a bolsa subiu 1,36%. O motivo era a expectativa de que só um candidato se apresentasse. Para hoje, está previsto pronunciamento do governo de São Paulo.

Enchente derruba 55% das vendas de imóveis

A venda de imóveis em Porto Alegre despencou 55% em maio. Segundo pesquisa da Loft feita com base em dados da prefeitura, foram vendidos 796 imóveis, quase mil unidades a menos do que as 1.768 compradas no mês anterior.

Até então, o menor volume de negociações neste ano havia ocorrido em fevereiro, quando 1.118 negócios foram concretizados. Em maio, a queda mais acentuada em transações foi entre os dias 6 e 10, durante os primeiros dias da cheia na Capital.

O levantamento mostra que as vendas por bairro foram afetadas de forma semelhante, com baixa tanto em áreas de risco quanto em bairros mais distantes do Guaíba.

Fernando Erhart, diretor de operações da Foxter, imobiliária que atua em Porto Alegre há cerca de 10 anos e faz parte da Loft, afirma que, neste mês, o número de propostas para compra de imóveis já está próximo do período anterior à enchente.

- Muitas pessoas acreditaram que teríamos mais imóveis sendo colocados à venda, mas isso não se tornou realidade até o momento - diz. _

americanas

O esquema de fraude nas Americanas desvendado pela Polícia Federal lembra um pouco o Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht. Tinha até planilha preenchida com cores diferentes: uma para os registros reais, outra para os inventados. Um dos diálogos é emblemático:

- A cinza é a vida como ela é. A branca com todas as esticadas (valores fraudados).

Dólar se acalma

Mesmo sem sair do patamar de R$ 5,50, o dólar se acalmou um pouquinho ontem, mesmo com o aviso do Banco Central (BC) de que não haverá intervenção. Fechou com leve baixa de 0,2%, em R$ 5,508. O extintor foi uma manifestação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que reposicionou o governo depois de declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O resultado da geração de empregos formais abaixo do esperado também "ajudou", na medida em que o dado é visto no mercado como um antídoto à alta da inflação. _

Startup gaúcha ambiciona se tornar iFood da saúde

A startup gaúcha beeIT criou o aplicativo FoodCare, com ambição de se tornar uma espécie de iFood para pacientes, acompanhantes, visitantes e funcionários de instituições de saúde. Usuários acessam a plataforma e fazem o pedido da refeição, adequado a dietas e à disponibilidade da cozinha do hospital. A ferramenta promete reduzir em até 80% o desperdício de comida.

Uma análise onde já é usada, no Hospital Jaraguá, em Santa Catarina, estima que a instituição pode economizar R$ 290 mil por ano com gestão de desperdícios. Funcionários que recolhem as bandejas com restos de comida alimentam a plataforma com dados. _

GPS DA ECONOMIA - mARTA sFREDO

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