sexta-feira, 23 de novembro de 2012



23 de novembro de 2012 | N° 17262
ARTIGOS -Abrahão Finkelstein*

Importando o conflito

Não bastassem os problemas que o nosso Estado enfrenta, estamos agora sediando um evento apoiado pelo governo estadual que de fórum não tem nada. Basta ler o documento central que embasa a realização do mesmo.

Não tem compromisso com a verdade, acusa a única nação democrática da região de promover limpeza étnica, apartheid e outros crimes contra a humanidade.

Não há ali uma única menção à palavra “paz”. Só condenação prévia ao Estado de Israel, com o qual o Brasil mantém relações diplomáticas e parcerias em várias áreas que envolvem tecnologia e conhecimento.

A comunidade judaica do RS, cuja imigração para este Estado data de mais de cem anos, sente-se desrespeitada e ameaçada, pois para cá acorrerão milhares de militantes comprometidos com uma ideologia odiosa. Já os conhecemos de outros fóruns. Sabemos de seus impropérios, de seus cartazes, das conhecidas faixas e passeatas antissemitas e de seu apoio explícito à destruição de Israel.

Por que importar um conflito desta natureza para o Brasil? Ele será resolvido aqui em Porto Alegre? A quem interessa acirrar os ânimos de duas comunidades que vivem em harmonia desde sempre? Quem está pagando a conta de toda essa movimentação?

Até hoje, o Estado Palestino não foi proclamado por decisão dos próprios palestinos, que exigem uma série de concessões inadmissíveis e que comprometeriam a segurança de Israel e, ainda mais, sua própria existência. Os palestinos apoiaram todas as guerras contra Israel e perderam. É o primeiro caso na História em que o vencido quer impor suas regras ao vencedor.

O objetivo desse fórum, apoiado pelo governo do Estado, é claro: dar apoio à construção de um Estado Palestino sobre as ruínas de Israel. Não conseguiram até agora e não conseguirão jamais. Israel sabe se defender e só por esta razão ainda existe.

*EMPRESÁRIO