Jaime
Cimenti
A graça da inteligência e da
lucidez
Luis
Fernando Verissimo - quando a lucidez não perde a graça é o volume mais recente
da Coleção Dicionários do Grupo Zaffari. Erico Verissimo, Mario Quintana,
Guimarães Rosa, Machado de Assis, Gabriel Garcia Márquez, William Shakespeare,
Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade foram os autores homenageados nos
volumes anteriores da coleção, que se tornou sólida referência nas letras
brasileiras pelos conteúdos, escolha de autores, cuidados editoriais e pela
qualidade dos colaboradores, entre outras características.
Luis
Fernando Verissimo é um dos maiores jornalistas e escritores brasileiros bem
vivos e segue em atividade, para alegria de seus muitos leitores, escrevendo em
jornais, publicando livros e até dando entrevistas, acredite.
Desde
1973, com a publicação da coletânea de crônicas O Popular, até Diálogos
impossíveis, de 2012, Verissimo publicou livros com crônicas, impressões de
viagens, tiras (especialmente Aventuras da Família Brasil) e romances. Vinte e
duas personalidades, do porte de Antonio Skármeta, Mia Couto, Ferreira Gullar,
Antonio Hohlfeldt, Luís Augusto Fischer, Cristóvão Tezza e Lya Luft colaboraram
com textos sobre Verissimo, proporcionando aos leitores visões múltiplas sobre
a pessoa, a vida e a obra do autor de O analista de Bagé.
Na
apresentação, o publicitário, poeta, cronista, escritor e editor Luiz Coronel,
responsável pelo projeto editorial, escreveu: “o que o faz tão amado por seus leitores é esse
despojamento de pompas, esse não se acreditar senhor da verdade, detentor da
última palavra.
Há,
em seus textos, como que um convite a que, despidos de preconceitos, possamos
sentir de forma solidária o pulsar da vida, o trêmulo caminho da história. Sim,
estamos diante de uma virtude fundamental para o artista, o escritor, o ser
humano como um todo: refiro-me à honestidade intelectual.
Às
vezes, os sabiás trasmudam-se em morcegos. E é bom ficar por aqui.” Mais não é
preciso dizer. Lendo as milhares de frases de LFV, os leitores terão dias mais
bem-humorados, com certeza. É muito. E precisamos, mais do que nunca, do humor
para enfrentar esses dias rápidos, cheios de sons, imagens, ruídos e tumultos
que voam por aí. Melhor rir por último.
Ou
por primeiro. De preferência com graça, inteligência, informalidade, elegância e, ainda por cima, lucidez. Rir da
cara dos reis e dos súditos. O LFV e todos nós sabemos disso faz tempo, não é?