segunda-feira, 30 de julho de 2018



30 DE JULHO DE 2018
+ ECONOMIA


O SUL É 20% DA NOSSA BASE DE CLIENTES

Em entrevista à coluna, a cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, detalha os números sobre o cartão de crédito da marca, criado em 2013 e conhecido por não cobrar anuidade. Como segue em crescimento, a empresa afirma que ainda não tem como principal preocupação o lucro - no ano passado, o prejuízo caiu 4%, para R$ 117 milhões.

Quantos clientes o Nubank tem hoje no país?

Passamos de 4 milhões. Quando começamos, em 2013, achávamos que seria incrível chegar a 1 milhão de clientes em cinco anos. Atingimos essa marca em dois anos. Tivemos crescimento em ritmo nunca imaginado.

O que fez o Nubank ganhar espaço no mercado brasileiro?

As pessoas entenderam que a empresa também é inconformada com a burocracia no país, a baixa qualidade de serviços oferecidos e os preços cobrados aos consumidores. Lançamos um cartão controlado por aplicativo, sem papelada. Se nosso cliente quiser saber se uma transação foi aprovada, não precisará ligar para um call center e ficar esperando para ser atendido por 30 minutos, enquanto ouve uma musiquinha de fundo. Queremos ter eficiência para repassá-la em forma de isenção de tarifas, de menos custos para os clientes. Nosso cartão não tem anuidade.

Hoje, há quantas pessoas na lista de espera pelo cartão da empresa?

Mais ou menos meio milhão.

Qual o peso da Região Sul na operação da empresa?

Temos clientes no Brasil todo. A distribuição deles segue a do PIB (Produto Interno Bruto) e as condições de acesso à internet. Para alguém ser nosso cliente, precisa acessar a rede, ter smartphone e baixar nosso aplicativo. A Região Sul tem representatividade maior em termos de PIB e acesso à internet do que outros locais do Brasil. O Sul é quase 20% da nossa base de clientes.

Quantos funcionários o Nubank tem atualmente?

Hoje, são mais ou menos 1,1 mil funcionários. Uma curiosidade é que, em nosso prédio em São Paulo, a capacidade é para até 1,2 mil pessoas. Daqui a pouco, não será suficiente (risos). Por isso, já alugamos outro prédio, na mesma rua do edifício atual. Lá, o espaço é para mais 900 pessoas. A partir de setembro, nosso time estará dividido nos dois lugares.

O que é importante para uma empresa conseguir inovar?

Diversidade. Se o time de uma empresa tiver cinco pessoas com as mesmas experiências, não terá ideias diferentes. Muito do valor de uma empresa vem da diversidade. A criatividade e a inovação surgem com isso.

Qual o cenário para a empresa no segundo semestre? As incertezas das eleições podem ter impacto?

A empresa começou em 2013. Hoje, o país segue cambaleando para sair da recessão. Ou seja, nunca tivemos período de ventos a favor (risos). Até hoje, nosso negócio dependeu mais da insatisfação das pessoas com serviços financeiros.

leonardo.vieceli@zerohora.com.br- LEONARDO VIECELI