sexta-feira, 24 de maio de 2024


24 DE MAIO DE 2024
ACERTO DE CONTAS

Navio vai parar em cima de prédio

Um navio foi parar em cima do escritório do estaleiro onde foi construído, em Taquari, um dos municípios mais atingidos pela enchente no Vale do Taquari. A embarcação foi erguida e movimentada pela força da água. A imagem aqui na coluna mostra o casco perto do topo do telhado da edificação.

O Estaleiro Colorado é do empresário Claudio Bier, que foi eleito presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). O nome do negócio, claro, tem relação com sua paixão e atuação no Inter, clube de futebol.

- E olha que o escritório fica 20 metros acima do nível do rio - salienta Bier.

O navio tem o nome da mãe do empresário, Octavilina Amoretti Bier. Ele estava pronto e será vendido, mas aguardava a vistoria final. Sem estar funcionando e sem energia para os equipamentos externos, a embarcação se deslocou. A equipe do estaleiro conseguiu rebocá-lo até um ponto longe do prédio antes de a água baixar.

Água transborda na falta de solução Doações para limpeza

SILVIO COSTA FILHO Ministro de Portos e Aeroportos

Kits com produtos de limpeza serão doados a moradores e donos de negócios do 4º Distrito. Entre esponjas e detergentes, tem um rodo de madeira doado pela GG Madeiras, de Imbé, indicado para remover o lodo das calçadas. O primeiro ponto de coleta fica na Avenida Cristóvão Colombo, 1.512.

- Teremos pontos de distribuição dos kits nos bairros Farrapos, Humaitá, Floresta, São Geraldo e Navegantes - diz Bruno Dornelles, fundador da Tijolo Hub, empresa que encabeça o projeto "Juntos pelo 4D" e tem sede no Instituto Caldeira, também invadido pela água.

As doações vieram de mais de cem empresas, como Anexxo, SLC Agrícola, Giros Peças, Liberta Investimentos e até de integrantes da família Renner e da banda Fresno. Para ajudar: (51) 99999-4269.

O pior não é limpar. Não é reconstruir. É horrível, óbvio. Mas não é o pior. Se arregaça as mangas, desembolsa uma grana, pega empréstimo, aperta o cinto e vamos nessa.

O problema maior é ver isso acontecendo de novo e ter a sensação de que vai se repetir. O rio varreu novamente o Interior, levando a cerca reconstruída e o vidro recolocado há poucos meses. Na Região Metropolitana e na Capital, tem gente que nem conseguiu entrar na sua rua ainda. Outros que puderam já estavam fazendo as sacolas de novo ontem. Veio água do céu e dos bueiros, de cima e de baixo, com fúria.

Os lojistas do Mercado Público tiveram pouco mais de uma hora de esperança olhando o início da limpeza, que foi interrompida pela água subindo de novo. Por que será que nenhuma seguradora aceita ser contratada pelos mercadeiros? É uma pergunta retórica.

E ninguém assume a culpa. Nem da bomba de água que não funciona, nem do crédito prometido que não veio, nem da cidade malplanejada ou não replanejada em tempo, nem da mata ciliar do rio destruída, nem da encosta do morro desmatada, nem da poluição gerada, nem do lixo acumulado, nem da cobrança não feita, nem da cobrança não ouvida.

Sem apontar o erro, sem admiti-lo, não se tem diagnóstico, não se tem solução, não se tem segurança para o futuro.

O desânimo não vem só da lama quando a água baixa. O desânimo vem desta falta de coragem que deixa o espaço para a lama cobrir tudo de novo.

Com o aeroporto de Porto Alegre fechado por tanto tempo, pode se pensar em investir nos do Interior já de olho no futuro. Diversificar reduz risco. A coluna abordou a possibilidade na entrevista do Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Além do emergencial, pensam em investir nos aeroportos do Interior para o Rio Grande do Sul ter uma malha aérea mais diversificada no futuro?

Estamos trabalhando em um plano de aviação regional. Fica dentro do plano de reconstrução do Estado, que dialoga com a energia e com a requalificação dos nossos portos. Estamos trabalhando para também desenhar um volume de investimentos nos nossos aeroportos.

Seria para logo?

Para logo. Todo projeto de ampliação de pista, de requalificação de terminal, de ampliação da parte estrutural do aeroporto precisa ter projetos. Estamos detalhando os aeroportos para, a partir daí, iniciarmos os projetos de engenharia, necessários para saber o que será feito, o valor do investimento e fazer uma licitação. Estamos elencando esses aeroportos. Temos uma situação plural no Rio Grande do Sul, onde alguns aeroportos ainda são geridos pela Infraero, outros pelos municípios, outros o governador Eduardo Leite estava querendo fazer privatizações. Na próxima segunda- feira, possivelmente, teremos uma reunião com o governador sobre qual a política aeroportuária que vamos avançar.

Temos mais de 15 aeroportos regionais. Quais estão no topo da lista para os investimentos?

Estamos trabalhando o fortalecimento do aeroporto de Santo Ângelo. Há sugestões de ideias para o aeroporto de Gramado (proposta de um "Aeroporto Internacional das Hortênsias", em uma área em Canela). Vamos trabalhar pelo aeroporto de Uruguaiana e tentarmos fortalecer o de Pelotas. Têm chegado algumas sugestões. Vamos construir de forma coletiva.

Com produção de Kyane Sutelo

GIANE GUERRA

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