sexta-feira, 24 de maio de 2024



24 DE MAIO DE 2024
POLÍTICA +

Senadores sumidos reaparecem

Acabou a piada de que os senadores gaúchos (Hamilton Mourão, Paulo Paim e Ireneu Orth) estavam "na lista de desaparecidos da enchente". Os três - e mais o titular da cadeira ocupada por Orth, Luis Carlos Heinze - vieram a Canoas ontem e se reuniram com o governador Eduardo Leite e com prefeitos na Base Aérea.

Os três senadores vieram ao Estado na condição de integrantes da Comissão Temporária Externa do Rio Grande do Sul, para mostrar que não estão de braços cruzados. Depois da reunião, o trio visitou um abrigo em Canoas.

Um vídeo divulgado dias atrás por Paim e Mourão pegou mal entre os eleitores dos dois e os que não simpatizam com nenhum deles. Na gravação, os dois senadores explicavam por que optaram por permanecer em Brasília. Diziam que seriam mais úteis no Congresso e que aqui mais atrapalhariam do que ajudariam.

Paim foi muito cobrado por não ter ido antes a Canoas, município que o tornou conhecido como líder metalúrgico e abriu caminho para sucessivas eleições como deputado federal e senador.

As críticas a Mourão tinham como foco o distanciamento dos eleitores que lhe deram o mandato. Orth apresentou uma série de projetos, alguns deles inconstitucionais, mas é pouco conhecido dos eleitores. Está ocupando a cadeira de Heinze, que se licenciou para cuidar da saúde, mas tem circulado pelas regiões afetadas.

Confusão para liberar dinheiro

Dos anúncios feitos pelo presidente Lula e seus ministros, nenhum tem causado mais frustração do que a liberação do saque calamidade do FGTS.

Apesar da promessa de liberação sem burocracia, o que milhares de gaúchos veem quando acessam o aplicativo para saber quando o dinheiro será liberado é de que seu pedido está em análise.

Nas cidades com até 50 mil habitantes, que estão em emergência ou calamidade, qualquer trabalhador pode sacar até R$ 6,2 mil. Nas maiores, as prefeituras têm de informar as ruas alagadas (pelo CEP). Algumas indicaram todas as ruas, ampliando a confusão.

O prefeito Sebastião Melo e sua equipe demonstram certo conformismo com a situação caótica de Porto Alegre e esperam que as pessoas desalojadas com a enchente tenham paciência para esperar a água baixar. Até a linguagem usada nas entrevistas, com falas sobre "governança" e "georreferenciamento", indicam distância do cidadão pobre e de baixa escolaridade.

ROSANE DE OLIVEIRA

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