sexta-feira, 24 de maio de 2024


24 DE MAIO DE 2024
MALHA EMERGENCIAL

Neblina pode tornar-se empecilho para operação em aeroportos do RS

Resultado de fatores climáticos e geográficos, fenômeno é comum na Serra, na Região Metropolitana e no centro do Estado

A neblina, situação bastante comum do outono e do inverno, pode ser um dos maiores desafios dos aeroportos espalhados pelo Rio Grande do Sul, que agora absorvem parte da malha aérea do Aeroporto Internacional Salgado Filho, de Porto Alegre, que está fechado por tempo indeterminado por causa dos alagamentos.

Em Caxias do Sul e em Santo Ângelo, as alternativas são investir em novos equipamentos ou ajustar os horários dos voos.

A ocorrência frequente de neblina é resultado de combinação de fatores climáticos e geográficos. No outono e no inverno, há muita influência de massas de ar polar que trazem ar frio e úmido ao Estado, favorecendo essa formação. O relevo de muitas regiões gaúchas, como da Serra e do Centro, também facilita a formação de nevoeiros.

- Eventualmente, a condição acontece por causa da chuva ou quando o vento está soprando do leste, trazendo umidade do oceano. É possível observar nevoeiros quando a temperatura está abaixo de 10ºC. A Serra é mais perto do mar, por isso que lá ocorre bastante. Já Santa Maria, por exemplo, está localizada na depressão central, então o vento que vem do oceano é canalizado nessa região mais baixa e faz com que a neblina se estenda desde a Região Metropolitana até a Região Central - explica o meteorologista da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Murilo Lopes.

Risco

Por reduzir a visibilidade dos pilotos e operadores de voo, a neblina torna o pouso e a decolagem mais arriscados. O aeroporto Salgado Filho também sofria bastante com essa situação. Na Serra, o nevoeiro pode aparecer em diferentes partes do dia e, para o Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, é um problema recorrente.

- Já melhoramos a condição de trafegabilidade com o 2º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II), de Curitiba, e agora estamos tratando com eles para melhorar o sistema de navegação. Isso pode fazer com que a aeronave se aproxime o máximo possível da pista para que, no controle visual, o aeroporto consiga fazer o pouso mesmo com a neblina - pontua o secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Caxias do Sul, Alfonso Willenbring Júnior.

Na Base Aérea de Canoas, que está apta desde segunda-feira a receber voos comerciais, e no Aeroporto Regional Brigadeiro Cherubim Rosa Filho, de Santa Maria, a neblina também pode ser empecilho. Zero Hora tentou contato com os dois terminais, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.

Já no Aeroporto Sepé Tiaraju, de Santo Ângelo, nas Missões, o nevoeiro não é constante. Além disso, os horários dos voos operados no local são bastante espaçados, sem muitos pousos e decolagens durante as manhãs, horário em que a neblina é mais frequente.

- Os horários são sempre perto do meio-dia e da tarde, então a neblina não atrapalha. Mas não estamos colocando restrições em relação aos horários, tudo depende da programação das companhias aéreas. O que mais nos atrapalha é o vento, que às vezes faz com que as aeronaves tenham que pousar em outros lugares - relata o gerente do aeroporto, Odone Bizz.

YASMIM GIRARDI

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