segunda-feira, 14 de abril de 2025


14 de Abril de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

Mobilização contra porto em Arroio do Sal

Mesmo sem acreditar que exista alguma possibilidade de iniciar em 2026 as obras do porto de Arroio do Sal, porque recém os investidores entraram com o pedido de licença prévia no Ibama, um grupo de cientistas renomados uniu-se ao Movimento em Defesa do Litoral Norte para tentar convencer os órgãos ambientais a não concederem licença para o empreendimento. Nesse grupo estão cientistas e ambientalistas de diferentes regiões do Estado, que alertam para o risco de danos ambientais irreversíveis se a obra for executada.

Entre os apoiadores do movimento estão professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), como Rualdo Menegat, Jefferson Cardia Simões e Antônio Philomena. O grupo questiona a viabilidade econômica do projeto, já que os portos de Rio Grande e de Santa Catarina estão subutilizados e cobra transparência das autoridades estaduais que apoiam o investimento com argumentos genéricos, sem que tenha sido apresentado um estudo sólido de impacto ambiental.

Professor do Departamento de Geografia da UFRGS, Jefferson Simões disse à coluna que a construção de um porto em Arroio do Sal é um absurdo do ponto de vista ambiental, com danos significativos à biodiversidade marinha e terrestre. Simões compara o porto de Arroio do Sal à Mina Guaíba, projeto abortado pela Secretaria do Meio Ambiente antes da enchente de 2024. Diz que se a obra tivesse sido executada, hoje estaríamos bebendo água acidificada e contaminada por carvão.

Preocupação com as praias ao sul e ao norte

No caso do porto, a preocupação é com as cidades ao sul e ao norte dos molhes, que afetariam as praias. Os cientistas dizem que "haverá alteração na dinâmica costeira e que a construção do porto modificará o transporte de sedimentos, resultando em erosão ao norte e acúmulo de sedimentos ao sul, afetando negativamente as praias e o turismo local".

Os cientistas alertam ainda para riscos ao patrimônio ecológico. "Documentos indicam que a área prevista para o porto abriga sítios arqueológicos significativos, incluindo vestígios de ocupações indígenas pré-históricas, que poderiam ser irreversivelmente danificados pela construção", diz o texto do manifesto. _

Aliás - Um dos problemas

apontados pelos opositores da construção do Porto Meridional é a infraestrutura de acesso, já que as cargas da Serra teriam de circular pela Rota do Sol, uma estrada que levou mais de 20 anos para ser concluída, é de pista simples e considerada perigosa. Os ambientalistas não querem ouvir falar em rasgar a Mata Atlântica para construir outra estrada, nem o governo tem dinheiro para uma obra desse porte.

Mesmo que o Ibama e a Secretaria do Meio Ambiente venham a conceder as licenças necessárias para a construção do Porto Meridional, é improvável que saiam a tempo de iniciar a obra no primeiro semestre de 2026.

Prefeita de Nonoai será primeira mulher presidente da Famurs

Com 60% dos votos válidos, prefeitos e vice-prefeitos do PP indicaram a prefeita de Nonoai, Adriane Perin, para ser a presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) na gestão 2025/2026. Adriane sucede o prefeito de Barra do Rio Azul, Marcelo Arruda, e será a primeira mulher a comandar a entidade que representa os 497 municípios do Estado.

Adriane disputou a eleição interna com os prefeitos de Três de Maio, Marcos Corso, de Cambará do Sul, Schamberlaen Silvestre, e de Sapucaia do Sul, Volmir Rodrigues. Dos 282 votos contabilizados, Adriane teve 174, Volmir fez 91, Corso, 10 e Schamberlaen, sete.

Uma curiosidade da biografia de Adriane é que seu marido, Salmo Dias, ex-prefeito de Rio dos Índios, já foi presidente da Famurs.

Ao conhecer o resultado da eleição, Adriane destacou seu compromisso com a defesa firme das pautas que importam aos municípios:

- Quero honrar cada voto e cada compromisso assumido, exatamente como cada um deseja fazer em sua cidade. Os desafios do municipalismo são grandes, mas vamos trabalhar com foco em resultados concretos para as nossas gestões. Esta é a nossa missão: melhorar a vida das pessoas e fortalecer as administrações locais.

O presidente estadual do PP, Covatti Filho, cumprimentou a nova presidente e destacou a força da sigla no cenário municipalista.

A eleição na assembleia-geral Famurs, no dia 22 de abril, será uma formalidade, já que as associações apenas referendam as indicações dos partidos para presidente, vice- presidentes e Conselho Fiscal. A posse de Adriane deve ocorrer no dia 6 de maio. _

Ex-presidente da OAB discorda de Lamachia

O artigo do presidente da OAB, Leonardo Lamachia, que fala em "ditadura da toga" para se referir a ações recentes do Supremo Tribunal Federal não incomodou apenas o Judiciário. Entre os advogados, a comparação com a "ditadura do fuzil" também não é unânime.

Entre os que discordam do texto de Lamachia está o ex- presidente da OAB Ricardo Breier. Os dois já pertenceram ao mesmo grupo na OAB, mas hoje estão em campos opostos.

Breier diz que o Judiciário não está imune às críticas, mas avalia que Lamachia, ao utilizar a expressão "ditadura de toga", nivela toda a magistratura no mesmo patamar, o que não é realidade.

- Não se pode generalizar -corrige. _

Cultura deve ir para Loureiro

Mesmo com o apelo da comunidade cultural pela permanência da secretária Beatriz Araujo, o governo mantém a disposição de substituí- la pelo deputado Eduardo Loureiro (PDT).

Loureiro tem nova reunião com o governo nesta semana, quando deve ser batido o martelo.

O presidente do PDT, Romildo Bolzan, diz que a expectativa do PDT é ganhar mais uma secretaria além da ocupada por Gilmar Sossella. _

mirante

Caso Eduardo Loureiro assuma a Secretaria da Cultura, sua cadeira na Assembleia será ocupada pelo suplente Tiago Cadó.

Outro Tiago, o Simon, do MDB, assumiu no lugar de Edivilson Brum, promovido a secretário da Agricultura.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, estará em Porto Alegre hoje para assinar a adesão da Assembleia à Campanha Nacional pelo

Feminicídio Zero.

Grêmio e Inter vão aderir à campanha e usar sua força para engajar as torcidas no combate ao feminicídio.

POLÍTICA E PODER

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