
Não é fácil compreender o sistema político brasileiro
Tente explicar em português, com um tradutor ao lado, o sistema político-partidário brasileiro a um japonês ou a um alemão, neste momento de fusões, incorporações e formação de federações. É difícil explicar até para os brasileiros pouco familiarizados com o mundo paralelo da política esses arranjos cujo objetivo é atender aos interesses de quem está no poder.
O PP e o União Brasil formaram uma superfederação que terá as maiores bancadas na Câmara e no Senado e, com dinheiro, capilaridade e tempo de TV, tende a eleger o maior número de deputados. Com que objetivo? Ganhar mais poder de barganha na ocupação de cargos no Executivo, aumentar o dinheiro dos fundos partidário e eleitoral, ter mais recursos de emendas para distribuir e assim se retroalimentar.
Deputados do União Brasil que não têm o mesmo poder dos progressistas para conquistar votos avaliam se é melhor ficar ou sair. Em março de 2026 abre-se a janela para quem quiser trocar de partido sem perder o mandato, invenção criada pelos parlamentares para escapar da punição por infidelidade partidária.
Como explicar que, no anúncio da federação, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, discursou como pré-candidato à Presidência, se os dois partidos estão no governo Lula? Além disso, têm entre seus líderes os que preferem Jair Bolsonaro ou Tarcísio Gomes de Freitas?
Fechando o foco no Rio Grande do Sul, também não é fácil explicar que PP e União Brasil participam do governo de Eduardo Leite, mas poderão se aliar ao PL na eleição de 2026, em vez de apoiar o candidato da situação, o vice-governador Gabriel Souza (MDB).
Se o leitor ainda não estiver entediado, pode fazer o exercício de explicar a lógica da fusão entre PSDB e Podemos e de o governador Eduardo Leite optar pelo PSD.
Leite deseja ser candidato a presidente, mas Gilberto Kassab, que manda no PSD, acaba de dizer que, se Tarcísio for candidato, a centro- direita se unirá em torno dele. Para ser candidato, Tarcísio quer garantir o apoio de Bolsonaro, o que significa colocar no mesmo palanque políticos que amam o ex-presidente e outros que gostariam de vê-lo pelas costas. _
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Thalis recebe apoiadores do Instituto da Criança com Diabetes
Cerca de cem convidados foram recepcionados por Thalis Bolzan, marido do governador Eduardo Leite, para o chá de lançamento do jantar beneficente anual do Instituto da Criança com Diabetes ontem.
O jantar, conhecido como Ilhas da Gastronomia, contará com a participação voluntária de pelo menos 16 renomados chefs de cozinha do Estado.
Thalis foi convidado para ser o embaixador do jantar por ter especialização em endocrinologia pediátrica pela Universidade de São Paulo (USP). O evento no Piratini foi o primeiro compromisso institucional de Thalis desde que se mudou, no início do ano, para Porto Alegre, onde também montou consultório médico.
- Fico especialmente feliz por ter ao meu lado um marido médico, que me traz informações e colaborações sobre como podemos avançar ainda mais na área da saúde - disse Leite, na ocasião. _
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Podemos convida Ranolfo para se filiar e concorrer
Em almoço com a bancada do Podemos na Assembleia, o ex-governador Ranolfo Vieira Júnior foi convidado a se filiar ao partido e concorrer na eleição de 2026. O atual diretor-presidente do BRDE se desfiliou do PSDB em 2023, condição necessária para assumir o cargo na instituição.
- Ranolfo reúne todas as credenciais que buscamos: experiência, equilíbrio e compromisso com o Rio Grande - disse o presidente estadual do Podemos, Everton Braz.
Ranolfo deixou o governo com alta aprovação e segue uma figura respeitada no cenário gaúcho. No almoço, ele lembrou que seu mandato no BRDE termina em outubro. _
Marcon quer vetar uniforme vermelho
Por falta de coisa mais interessante para fazer, políticos que vivem da lacração nas redes sociais gastaram a segunda-feira para repercutir a informação (ou especulação) de um site estrangeiro sobre a suposta criação de uma camisa vermelha para a seleção brasileira de futebol. Prontamente, deputados e vereadores de direita associaram a cor ao comunismo e passaram a criticar o suposto uniforme.
Mas o deputado gaúcho Maurício Marcon (Podemos) foi além: protocolou um projeto que obriga atletas, seleções e equipes que representam o Brasil a usarem uniformes apenas nas cores da bandeira nacional, visando a "coesão nacional e manutenção do justo sentimento de pertencimento". _
Diretoria do Conceição é reconduzida
Errou quem apostou que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, trocaria a diretoria do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), escolhida por sua antecessora, Nísia Trindade. Na segunda-feira, com aval de Padilha, o Conselho de Administração do GHC prorrogou o mandato da atual diretoria, mantendo Gilberto Barichello como presidente por mais dois anos.
Ontem, Barichello participou de reunião com o ministro e a equipe dele para tratar do Programa Mais Acesso a Especialistas. O GHC terá papel central na execução nacional do programa, por ser o principal grupo que atende SUS no Rio Grande do Sul. A partir de 2 de junho será implantado o terceiro turno (à noite) para a realização de exames e cirurgias.
A manutenção da atual diretoria deve ser interpretada como um reconhecimento da competência técnica e política de Barichello, tanto na condução do GHC como na atuação nacional. Relembrando, Nísia delegou a ele a tarefa de reorganizar o Hospital Federal de Bonsucesso (RJ).
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